Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Panic! at the Disco entrega Viva Las Vengeance genérico e mediano [REVIEW]

Sétimo disco de estúdio do projeto solo de Brendon Urie, Viva Las Vengeance conta com 12 faixas ao todo

Brendon Urie, do Panic! at the Disco (Foto: Reprodução/YouTube)
Brendon Urie, do Panic! at the Disco (Foto: Reprodução/YouTube)

Anteriormente uma banda e agora projeto solo de Brendon Urie, Panic! at the Disco lançou o disco Viva Las Vengeance nesta sexta, 19, cuja sonoridade e letras genéricas trazem resultado mediano (enquanto tinha bastante potencial). Esse é o sétimo álbum de estúdio do grupo originário de Las Vegas.

Com letras batidas sobre amor e “viver o momento,” Urie realmente brilha (além dos vocais sempre impecáveis) no disco quando traz um olhar e reflexão do passado, fala sobre problemas com drogas, solidão na estrada e a busca incessante por fama. Além disso, o vocalista aproveita para falar sobre os ex-colegas de banda (Jon Walker, Ryan Ross e Spencer Smith), que decidiram abandonar o projeto para seguir outros caminhos, de forma indireta.

+++LEIA MAIS: 15 anos de 'I Write Sins Not Tragedies', single que colocou o Panic! At The Disco no mapa

Boa parte de Viva Las Vengeance tem letras nada criativas e uma sonoridade que pareceu retirada de uma propaganda de televisão qualquer, mas o disco reverte isso em alguns momentos com letras mais complexas e um som próprio e característico, com guitarra e piano marcantes, por exemplo.

O próprio nome do trabalho é uma referência à icônica frase “Viva Las Vegas.” Porém, ao invés de celebrar a cidade onde Panic! at the Disco foi criada, Viva Las Vengeance se aproxima de uma tradução para “Vida Longa à Revanche.”

+++LEIA MAIS: 5 vocais de Brendon Urie que provam o enorme talento do vocalista do Panic! At The Disco [LISTA]

A primeira faixa, a qual leva o mesmo nome do disco, dita o tom da obra: volta ao passado, conflitos (internos e com ex-integrantes da banda) e relação com drogas em uma indústria musical cheia promessas vazias e sonhos devastados. Mesmo com sonoridade comercial, “Viva Las Vegas” se salva pela letra com um lado mais sombrio de Brendon Urie.

No entanto, a qualidade começa a cair com “Don’t Let The Light Go Out,” uma balada romântica repleta de frases-feitas, falando sobre amor com analogias à “droga favorita” de Urie. Versos como “oh me***, você está beijando meu pescoço, beijando meu peito / Agora eu me lembro porque nos apaixonamos / Fumaça quente, parece que acabamos de nos conhecer, lábios que não consegui chutar / Querida, querida, você é minha droga favorita” chegam a constranger.

+++LEIA MAIS: Panic! At The Disco: Conta de Brendon Urie no Twitter está sendo bloqueada pelas pessoas sem motivo; entenda

Logo em seguida, amor volta a ser debatido, mas, desta vez, o cantor lamenta o fim do relacionamento - e com expressões comuns e batidas mais uma vez. “Quem vai me levar para casa esta noite? / Quem vai discutir até ganhar a luta? / Você é o único que sabe como operar / Meu maquinário pesado.” Isso se repete com “Sugar Soaker,” “Something About Maggie” e “Do It To Death.”

Com “Local God,” Viva Las Vengeance se redime um pouco: Brendon Urie relembra a infância e um “Deus local” que fracassou na música (talvez, essa menção possa ser ao guitarrista Ryan Ross). Além disso, o cantor comenta quando Panic! at the Disco assinou contrato com a gravadora Fueled By Ramen no início da carreira, antes mesmo de fazer um show - e foram duramente criticados por não seguir o caminho “tradicional” de crescimento de uma banda.

+++LEIA MAIS: Local God: Panic! At The Disco lança single inédito [VÍDEO]

Fama volta a ser assunto em outras músicas, como “Star Spangled Banger” e “Say It Louder,” mas o destaque vai para “God Killed Rock And Roll,” a qual exalta as imagens de rockstars, seja em pôsteres e inspiração para outros, no imaginário de jovens. Urie até opina que Deus matou o rock, porque não temos mais figuras como Robert Plant e Jimmy Page.

Com bastante fama pelo mundo e casos e descasos de amor, algo que pode ser recorrente é a solidão, descrita de ótima maneira em “Sad Clown” e “All by Yourself,” e como isso pode afetar o presente e futuro de cada pessoa.

+++LEIA MAIS: Trump usa música do Panic! At The Disco e Brendon Urie responde do único jeito possível; veja

Com Viva Las Vengeance, fica difícil imaginar um cenário no qual a banda volta ao auge musical. É complicado comparar esse trabalho ao passado (não tão distante) repleto de hits, como “This Is Gospel,” “House of Memories,” “High Hopes” e “I Write Sins Not Tragedies,” mas, caso Brendon Urie volte as canções à essência do que deu certo anteriormente, Panic! at the Disco poderá ressignificar sua grandeza.