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Tinha mais medo da polícia que do Diabo, diz Max Cavalera

Ex-Sepultura disse que a ideia que faz do inferno é a repressão policial do Brasil

Redação Publicado em 09/04/2019, às 16h36

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Max Cavalera, em ação com o Soulfly (Foto: Peter Klaunzer/Keystone/AP)
Max Cavalera, em ação com o Soulfly (Foto: Peter Klaunzer/Keystone/AP)

Max Cavalera, do Soulfly, falou em entrevista para a Little Punk Peoplesobre os seus ideais espirituais e como vê Deus, o céu e o inferno.

O ex-integrante do Sepultura afirmou que, enquanto crescia, seu maior medo era a polícia. “Minha visão do inferno… Eu cresci no Brasil, e lá tem muita violência policia, sabe? O Brasil é um país de terceiro mundo, então é bem pobre, e tem muitos crimes. Então eu lembro de ter muito medo da polícia quando era criança”, explicou.

“Eu lembro de ter mais medo da polícia do que de Satã. Eu costumava dizer ‘nós temos mais medo da polícia do que do diabo’, então acho que esta é minha ideia de inferno, sabe? Opressão policial. É horrivel, cara, alguma dessas coisas”, completou.

Ainda sobre aspectos espirituais, Cavalera falou sobre como ele acredita que Deus é. “Acho que pareceria com Lemmy, porque Lemmy é Deus”, brincou.

“Eu o conheci em 1989 na nossa primeira turnê pela Europa, em algum pub da Inglaterra, e ele estava jogando em um fliperama. Eu era um moleque brasileiro na época, viajando pela primeira vez, e fui atrapalhar ele que nem um idiota. ‘Ei, cara, eu sou do Brasil e amo o Motorhead!’, essas coisas. E ele estava tipo ‘me deixa em paz, garoto, eu estou tentando jogar’. Eu voltei pra minha mesa, bebi mais, tomei coragem e fui incomodar ele de novo. Ele não disse nada, só pegou o whisky que estava bebendo e jogou todo na minha cara. Foi um sinal bem claro de ‘ME DEIXA EM PAZ!”

Max, porém, adorou o que aconteceu. “Eu voltei para mesa e disse pros outros caras do Sepultura: ‘eu acabei de ser batizado pelo Lemmy, gente! Não vou lavar meu cabelo por um mês’, e provavelmente não lavei mesmo”, contou.