Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Marina Person estreia como diretora de ficção em Califórnia

“Apesar de não ser um filme autobiográfico, ele tem muitos elementos autobiográficos”, afirma Marina

Christian Petermann Publicado em 02/12/2015, às 19h30 - Atualizado às 19h52

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cena do filme <i>Califórnia</i>, de Marina Person.  - Divulgação
Cena do filme <i>Califórnia</i>, de Marina Person. - Divulgação

O lado cineasta de Marina Person, ex-apresentadora dos áureos tempos da MTV e do programa Metrópolis, da TV Cultura, deu um novo passo com seu primeiro longa de ficção, Califórnia, que entra em circuito nacional nesta quinta-feira, 3 de dezembro. O trabalho, coescrito e dirigido por ela, se desenrola em 1984, em São Paulo, e acompanha o despertar da adolescente Estela (Clara Gallo) em relação a amizades, gostos, verdades familiares e sexo – tudo ao som de David Bowie, Joy Division, New Order, Titãs, Paralamas do Sucesso, Caetano Veloso e vários outros.

“Apesar de não ser um filme autobiográfico, ele tem muitos elementos autobiográficos”, afirma Marina, que teve essa adolescência extremamente musical dos anos 1980. “Tanto a Estela quanto o JM [amigo gótico dela, vivido por Caio Horowicz] têm obsessões minhas: era fanática pelo Bowie, como a Estela, e louca pelo The Cure, como o JM. Mas é acima de tudo a ambientação da época”, argumenta.

A fidelidade sonora ao período não foi fácil. A diretora relembra tudo que passou para conseguir os direitos das faixas do The Cure “Killing an Arab” e “Caterpillar” para a trilha. “‘Killing...’ foi particularmente difícil, o Robert Smith não queria autorizar de jeito nenhum. Convenci pelo cansaço e contando que li O Estrangeiro, de Albert Camus, por causa da música.”

Para recriar o clima da cidade daquela década, Marina contou com a excelente direção de arte de Ana Mara Abreu para os detalhes de interiores e, para algumas das externas, com cenas extraídas de produções como Pixote, a Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco, e Cidade Oculta, de Chico Botelho. Com essa referência imagética a dois clássicos do cinema brasileiro, Marina finalmente assume a herança cinematográfica do pai, Luís Sérgio Person (do seminal São Paulo Sociedade Anônima), e aponta para o futuro: “No ano que vem será lançado o Canção da Volta, meu primeiro filme como protagonista, ao lado de João Miguel e dirigido pelo Gustavo Rosa de Moura”, comemora.