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HOTLIST #20

A coluna semanal da Rolling Stone Brasil com os discos, EPs, singles e clipes que amamos lançados nos últimos sete dias

Pedro Antunes, editor-chefe | @poantunes Publicado em 30/08/2020, às 10h00

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Imagem HOTLIST #20

Bem-vindos à 20ª edição da HOTLIST, a coluna semanal da Rolling Stone Brasil com os grandes lançamentos da música brasileira nos últimos 7 dias. Aqui, reunimos tudo o que amamos entre as toneladas de novos discos, singles, EPs e clipes.

+++ HOTLIST #19: Lançamentos de Gilberto Gil, Pitty, Manu Gavassi, Bebel Gilberto, Bivolt, Jovem Dionísio, Carlinhos Brown, Hungria Hip Hop e mais

Desta vez, neste domingo, 30, na última coluna de agosto, 26 artistas mostram diferentes possibilidades sonoras, estéticas, tendências e mais 

A começar pelos Boogarins, banda que adoramos por aqui, que abre a HOTLIST da semana, com um álbum que reúne demos, versões inéditas e devaneios sonoros dos períodos de gravação em Austin, no Texas.

#HOTLIST #18: Lançamentos de Majur, Hot e Oreia com Black Alien, Dingo Bells, WRY, Daniel Peixoto e mais. 

Além do quarteto, você encontrará Hot e Oreia, Moons, Hiran, Young Lights, Vivian Kuczynski, Atalhos, Labaq, Jonathan Tadeu, Ekena, Luiz Gabriel Lopes, Pedro Pastoriz, WRY, DonCesão, Karine Carvalho, Nuven, Juliano Abramovay, Binarious, Filipe Ret, Doralyce, ATR, The Mönic, Marcelo Perdido e Bruno Graziano, Tamara Franklin, Astralplane, LOVNIS e Sargaço Nightclub.

Boogarins - 'Manchaca Vol. 1'

Delírios, sonhos. Outakes, sobras. Devaneios, certezas. Sonhos, realidade. Os Boogarins transformaram a experiência das passagens por Austin, no Texas, entre os anos de 2016 a 2018. 

Não é a toda que o álbum tem o nome completo de Manchaca Vol. 1 (A Compilation of Boogarins Memories Dreams Demos And Outtakes From Austin, TX). O álbum (disponível nas plataformas digitais aqui e no Bandcamp) expõe um retrato sincero sobre a banda e os processos de criação e delírio dentro do estúdio texano localizado na Manchaca Road. 

No Texas, foram gravados álbuns Lá Vem a Morte (OAR, 2017) e Sombrou Dúvida (OAR, 2019), discos que consolidaram os Boogarins em uma banda capaz de absorver novas possibilidades para dentro do universo estético próprio. Entraram mais colagens, mais pirações sintéticas, e aprofundaram as letras sempre minimalistas. 

O que Benke Ferraz (guitarra e produtor), Dinho Almeida (voz), Raphael Vaz (voz,

baixo e sintetizadores) e Ynaiã Benthroldo (bateria) fazem aqui é abrir um portal e colocar quem ouve para dentro do estúdio. 

+++ HOTLIST #17: Lançamentos de Caetano Veloso e Tom, 3030, Boogarins, Ju Strassacapa,  Jonnata Doll & os Garotos Solventes, Ave Sangria e mais! 

Como um espectador diante de um processo criativo jazzístico, de loopings e possibilidades infinitas. Claro, nada é excessivamente cru em Manchaca Vol. 1, pelo contrário, mas é um mergulho afetivo pela particularidade e evolução dos Boogarins. 

Para quem ouviu as primeiras gravações e shows da banda, é bonito notar como foram transformadores os anos, turnês e experiências entre os álbuns As Plantas Que Curam (estreia de 2013) e o mais recente Manchaca Vol. 1 (2020).

Aliás, é Vol. 1 porque a ideia da banda é que a segunda parte dessa aventura sonora seja lançada em breve, ainda em 2020. 

Abaixo, também é possível assistir ao documentário da banda do South By Southwest, em Austin, de 2019, que ajuda a entender o contexto de Manchaca Vol. 1, dirigido por Cléver Cardoso e produzido pela Granada Filmes. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]

Documentário: 

Manchaca Vol. 1: 


Hot e Oreia - 'Saiu o Sol'

Com "Saiu o Sol", no combo de clipe com single nas plataformas digitais, Hot e Oreia revela mais sobre o novo álbum deles, Crianças Selvagens, sucessor do ótimo Rap de Massagem (2019). 

Com a direção musical de Daniel Ganjaman, "Saiu o Sol" tem um beat brando, refinadíssimo e viciante de Vhoor, e é entorpecida por rimas sem pressa do duo Hot e Oreia. Sem pressa, eles soltam uma botinada direto na virilha da história brasileira patriarcal, colonialista, corrupta e todos aqueles que, de alguma maneira, tiraram vantagem disso, do presidente às atitudes dos playboys de tênis de grife. 

+++ HOTLIST #16: Lançamentos de Gal Costa e Rubel, Mateus Aleluia, Ana Frango Elétrico, Nill, Sebastianismos, Gabz e mais

O clipe, disponível no player abaixo, tem roteiro assinado por Hot e direção dividida entre o rapper e Túlio Cipó, também diretor de fotografia. Ao final do vídeo, o duo também revela a capa do novo álbum, Crianças Selvagens. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Moons - Sweet & Sour

Moons, uma das bandas mais aconchegantes da atualidade, soltou o clipe de "Sweet & Sour", esse abraço em formato audiovisual. 

A canção, do terceiro álbum do grupo Dreaming Fully Awake (2019), ganhou interpretação em vídeo dirigido por Pedro Furtado igualmente afetuosa. 

+++ HOTLIST #15: Gilberto Gil e Chico Buarque, Elza Soares e Flávio Renegado, Wado, Pedro Pastoriz, Rincon Sapiência, Kanduras, Luiza Brina e mais

Criada em 2018, em meio às eleições presidenciais, "Sweet & Sour" é um convite ao cuidado. Com canções tão bem trabalhadas para cuidar crises existenciais, vazios e ausências, o sexteto do Moons leva "Sweet & Sour" troca o foco aqui, de dentro para fora, para uma ideia de coletivo, do outro, de entendimento e aceitação. Tempos difíceis estão diante de nós, diz o primeiro verso, em inglês. Mais difíceis do que qualquer um poderia prever em 2018, infelizmente, mas é bom saber que temos pessoas do nosso lado, não é?  [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Hiran (feat. Astralplane) - Desmancho

O rapper Hiran segue esmiuçando o trabalho do álbum Ganheiro, lançado em julho de 2020 (e disponível nas plataformas digitais aqui) . Depois de "Gosto de Quero Mais", clipe e canção criada com Tom Veloso, chega o momento do vídeo de "Desmancho", parceria com a incrível banda Astralplane. 

+++ HOTLIST #14: Jadsa, Ana Vilela e Ráae, Tuyo, Maglore, Cuscobayo, Betina, Francisco, el Hombre, Rhaissa Bittar, Doctor Pheabes, Maranda, The Raulis e Nego Bala

"Desmancho" propõe o encontro de um canto ancorado nos fundamentos do R&B com guitarra delirante, sintetizador e uma vagarosa (e deliciosa) psicodelia. Hiran não é estranho às estéticas mais roqueiras - inclusive, já foi vocalista de uma banda de rock - e o encontro entre o artista e a banda é revigorante, no disco e, agora, em formato audiovisual. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Young Lights - 'It's Over... Now'

Se você não está ansioso com o novo disco da Young Lights, melhor checar os batimentos cardíacos para entender se existe um coração pulsando por aí. "It's Over… Now" é o último single lançado pela banda antes da chegada do álbum Somewhere Between Here and Now.

+++ HOTLIST #13: Cidade Dormitório, Hiran e Tom Veloso, Lienne, Rafa Castro, Amen Jr, Ginge, Caramelows, 1LUM3 e mais!

'It's Over... Now' (também disponível nas plataformas digitais aqui) extravasa sentimentos desoladores, com camadas mais sintéticas e experimentais por cima de uma organicidade inerente no som do grupo. Mais experimental que os outros singles, com novas possibilidades sonoras, "It's Over… Now" mostra como a Young Lights está em um lugar sonoro muito mais maduro e experiente três anos depois do segundo álbum deles, de 2017. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Vivian Kuczynski - 'N ENTENDI ND' 

A fenomenal Vivian Kuczynski fez o EP N ENTENDI ND do começo ao fim, da criação das quatro canções à masterização do trabalho lançado pelo descolado e heroico selo Balaclava Records. 

O EP (disponível nas plataformas digitais aqui) chega pouco tempo depois do álbum de estreia dela, Ictus, também lançado pelo selo, e, 2019. Aqui, Kuczynski vai além em duas músicas e dois interlúdios. Recorta e cola possibilidades, ruídos e cantos com vocoders e outros efeitos de voz. 

Experimenta, extrapola, excede, estasia. "Pele", a música que encerra o EP já saiu na HOTLIST #18, e é candidata a um dos hits indies do ano (leia mais aqui). É incrivelmente boa. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Atalhos - 'Mesmo Coração' 

Mais onírica do que nunca, a banda Atalhos solta "Mesmo Coração, o single/clipe que integra o novíssimo álbum deles, de nome A Tentação do Fracasso, previsto para ser lançado em 2021. 

"Mesmo Coração" é uma delicinha de se ouvir, com uma levada inicial que lembra The War on Drugs (no álbum Lost in the Dream, de 2014), e logo amplia-se, ganha novas formas. Cria um ambiente sonoro entorpecido por bateria que leva todos adiante com urgência e camadas de sons que provocam sensações sinestésicas. Tudo parece palpável,  derretido e colorido como um sonho muito louco - e revigorante. 

O clipe, disponível abaixo junto do single, foi criado pelo duo Cinza e a canção é um lançamento do espertíssimo selo argentino Scatter Records. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Labaq - Abrandô 

"De onde é que ele vem? Para onde é que o mundo vai?" Labaq não comemorou o primeiro ano do vertiginoso álbum Lux (2019) e já apresenta uma nova linguagem sonora com o single/clipe "Abrandô". 

O single (disponível nas plataformas digitais) é fruto de vivências e experiências - inclusive, de estar na Itália durante o lockdown na luta contra o inimigo invisível Covid-19. Labaq soa como uma artista muito visceral, atravessada por canções, sentimentos, angústias e verdades. "Abrandô" representa um novo momento. 

A faixa canta a esperança - afinal ela ainda existe, de alguma maneira. Entre beats deliciosos, que se encaixam na voz dobrada dela, Labaq canta no refrão: "Pesa, eu sei; mas tem jeito de acalmar teu passo  / Tudo aquilo que ainda dói, um dia vai passar". "Abrandô" é um afago pop. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Jonathan Tadeu - 'Éramos Jovens Emocionados'

Eu era um jovem emocionado, definitivamente. Jonathan Tadeu, um dos artistas mais instigantes de acompanhar crescer e criar, soltou o clipe/single "Éramos Jovens Emocionados", uma prévia do novo álbum, Intermitências, previsto para setembro de 2020. 

Honesta, direta, bem ambientada, "Éramos Jovens Emocionados" (disponível nas plataformas digitais aqui)  resgata um sentimento nostálgico bom, em um ambiente estético e lírico melancólico. "Sentir saudades de ser jovem deve ser um sinal que eu tô ficando velho", canta Jonathan. 

Com clipe filmado e editado pelo artista, o single expõe a vida adulta de forma real, da quebra da inocência à falta de grana e pique para rolês. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Ekena - 'Sinto Muito'

Logo no primeiro verso, Ekena já manda a real: "Sinto muito,muito, se eu não sou o que você esperava". Assim tem início a poderosa "Sinto muito", single do álbum e também uma websérie musical de nome Cíclica. 

O nome completo do single (disponível nas plataformas digitais aqui)  é "Sinto Muito, Capítulo 3: Eu To Pronta Pra Gritar Mais Alto". Trata-se, portanto, do terceiro capítulo do projeto a ser lançado por completo de 2021, no qual Ekena contará a história da personagem Dolores. 

"Sinto Muito" tem uma mensagem poderosa, que se alterna por camadas estéticas do violão à beats eletrônicos: "Eu ja fiz de tudo pra você me aceitar / Cortei até carboidrato no jantar / Mas foi aí que eu me dei conta,que ninguém paga as minhas contas / Que eu sou dona do meu próprio lar / Eu aprendi a me amar". Uau. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Luiz Gabriel Lopes - "Recomeçaria" 

Luiz Gabriel Lopes, agitador cultural, pensador, cantautor (e enviador de áudios por WhatsApp), propõe um respiro, o toque na grama, os pés descalços e uma reconexão com a natureza no clipe de "Recomeçaria". 

O clipe da canção do EP Presente (lançado pelo selo Pequeno Imprevisto) foi gravado nas proximidades da cidade portuguesa de Sintra, por Bárbara Avelino, com a ideia de mostrar a "performance do corpo em relação ao espaço e aos outros seres do espaço, especialmente as árvores", conta LG Lopes. "A árvore como este símbolo de vida e de vitalidade que tem uma outra temporalidade, uma outra densidade no espaço e que parece que está sempre num ar de muita serenidade, placidez, diante das coisas, da realidade. Que eu acho que tem a ver com a energia da música."

"Recomeçaria" trata da vida cíclica, de fins e recomeços, do que é de fato o término, o que é um começo? Não é sobre pontos finais e "the end", mas sobre o que vem a seguir? [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Pedro Pastoriz - 'Chicletes Replay'

É impressionante como Pedro Pastoriz pensa na música (e isso seja na criação, seja na divulgação) fora da caixinha. A deliciosa "Chicletes Replay", canção do EP Pingue-Pongue com o Abismo (lançado pelo ótimo RISCO), ganha um clipe na vertical e três filtros de Instagram (disponíveis na @pedropastoriz). 

"Chicletes Replay" trata de lidar com as pedras no caminho, com perdas, com luto, com falta e ausência. Mas, ao tratar disso, Pastoriz cria personagens, situações e imagens. Na canção, os "populares Chicletes Replay" são retratados em situações cotidianas e derrotas, repetitivas, por um publicitário que cria a propaganda para as tais gomas de mascar. "Quem tem sorte masca os populares Chicletes Replay". Fui impactado. Queria um desses. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


WRY - "Morreu a Esperança" 

Depois de "Travel" aparecer na HOTLIST #18 (leia aqui), a sensacional banda WRY está aqui de volta com a desesperançosa "Morreu a Esperança", lançada pelo projeto Radar Balaclava (criado pela Balaclava Records para dar projeção para artistas independentes com a distribuição de um single). 

"Morreu a Esperança" (disponível nas plataformas digitais aqui) é cantada em português e segue construindo o que será o próximo álbum do grupo. 

"Morreu a Esperança" é um desabafo turbinado e entorpecido de raiva sobre o conservadorismo terrível que assola o País, a falta de liberdade e a mediocridade de quem está no poder - inclusive, com referência divertida à Alice no País das Maravilhas (no verso :"Eu enjoei de tudo quero que fuja comigo pra dentro do espelho"). WRY segue precisa e afiada - e com grande talento para refrões extasiantes, até em meio ao caos e desolação. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


DonCesão - EGO

Caramba, se passaram nove anos desde que o produtivo DonCesão lançou o último álbum. Em 2020, uma boa notícia: chegou o novo álbum do rapper e produtor, EGO, já disponível nas plataformas digitais (ouça aqui). 

EGO é uma reunião de confissões, de desesperos, de histórias e causos. O disco funciona para DonCesão como uma terapia. Ao descarregar os pesos, o artista cria um álbum com diferentes camadas e andamentos, de raiva ao desespero, sem esquecer também do amor. Ele dá a real e fala verdades que geralmente só falamos na terapia. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Karine Carvalho - 'Tanto Faz (Fab Moretti Remix)'

Karine Carvalho revisita a incrível faixa "Tanto Faz", lançada originalmente em 2017, com um remix realizado por Fabrizio Moretti (sim, o bateria brasileiro do The Strokes). Aqui, a canção ganha novas camadas e amplia as possibilidades. 

Também atriz, Karine lançou em 2017 o instigante álbum de estreia, de nome Galega Hits. A faixa já era deliciosamente eletrônica e surrealista. O remix parece mexer no andamento da canção e também trazer uma vibe mais retrô à faixa. Em ambos os casos, os versos de Karine seguem precisos e preciosos: "Só agora você vê  / Eu queria amar você / Quem me navega / Quem me navega é o mar".  [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Nuven - 'Instante (RØKR Remix)'

Nuven está de novo aqui na HOTLIST, agora por conta do remix da música "Instante", presente no EP Hiperreal (lançado pelo já citado aqui selo Balaclava Records). Quem assina a versão é Roberto Kramer, conhecido por seu projeto RØKR, já disponível nas plataformas digitais (ouça aqui).

"Como sempre, as ideias e 'cores' fluem naturalmente quando existe inspiração, e quanto a referências acredito que tenha sido tudo que escutei até hoje, até mesmo ruídos diversos da natureza", comenta RØKR em um comunicado enviado à imprensa. 

O produtor pegou a faixa do EP Hiperreal e levou-a para um novo lugar, mais sintético, robótico, e para um cenário de uma fiçcão científica mais soturna e escura - a versão de Nuven parecia deixar a janela mais aberta para a entrada de luz. Ambas soam complementares, saca? [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Juliano Abramovay - 'Amazonon'

Segundo single do novo álbum de Juliano Abramovay (músico que já tocou com Luiza Lian e foi fundador da incrível Gran Bazaar", "Amazonon" cria uma conexão entre a música brasileira e a produção grega. 

Fruto desse estudo, Amazonon encontra possibilidades de encontros estéticos e rítmicos entre as músicas desses dois países. "É uma música que traz referências da música grega na parte do ritmo e na melodia, ao mesmo tempo em que mantém minha tradição como músico brasileiro", explica o músico sobre o single deliciosamente delirante disponível nas plataformas digitais (ouça aqui). [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


LOVNIS - '2020'

O novíssimo duo do pedaço (deliciosamente indie) é o LOVNIS, formado por Murilo Sá e Amanda Longo. Com guitarras desleixadamente vagas, que ressoam como se saíssem direto de uma máquina do tempo enviada por Iggy Pop diretamente para o meio da pandemia do novo corovonavírus e do isolamento social, mais especificamente para o apartamento de Murilo e Amanda. Murilo, aliás, teve a música "Previsão do Tempo" entre os destaques da nossa HOTLIST #15.

Na rotina e no tédio, no silêncio e na falta de luz do sol, entre bitucas de cigarro e esperas pelas entregas de serviços de delivery, a música "2020" é uma saborosa criação a partir do isolamento social e sobre ele, também. "Sorte teve o astronauta que em 2020 fugiu desse caos", eles cantam na faixa. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Binarious - 'Vidaloca' 

Grande hit desolador do trio Tuyo, "Vidaloca" ganha uma versão atualizada (e mais desoladora) pelo grupo Binarious. A faixa (disponível nas plataformas digitais aqui) se torna mais claustrofóbica por conta desse 2020 tão louco. 

Com inserções de áudios de Bolsonaro sobre o novo coronavírus, aquela tal "gripezinha" que assola seriamente o País, Binarious dá mais contemporaneidade à canção enquanto também saúda a criação da Tuyo. 

"Esse lançamento representa essa angústia que estamos vivendo na pandemia somada à pior liderança do mundo”, conta Lídia Pessoa em um comunicado enviado à imprensa. A Binarious, aliás, lançou recentemente o EP Um Escape Fácil (ouça aqui).  [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Filipe Ret - "Cidade dos Anjos" 

Na sexta-feira, 28, o rapper Filipe Ret soltou a faixa "Cidade dos Anjos" e, neste domingo, às 18h, o artista lança o clipe cinematográfico da música (disponível no YouTube aqui). 

"Cidade dos Anjos" (que já pode ser ouvido nas plataformas digitais)  é também single do novo álbum do artista, previsto para 2020, lançado pela Som Livre. 

Um dos rappers mais ouvidos da atualidade, Ret canta sobre o que o atravessa. Com uma base de violão, o artista se deixa levar por ideias e reflexões criadas a partir do ponto de vista do Brasil contemporâneo: "Essa cidade acabou e ninguém viu", diz o refrão da faixa. Desolador, como esse 2020, mas desesperançoso. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Doralyce (feat. Bia Ferreira) - 'Acenda a Luz'

Doralyce desarma e desamarra. Abraça. Ama. Livre. Assim é "Acenda a Luz", canção na qual ela divide os vocais com Bia Ferreira. 

O single, um lançamento da Colmeia 22 em parceria com a Altafonte, e o clipe (que pode ser assistido abaixo) é um afago e um abraço, de fato. O vídeo, aliás, tem o roteiro criado pela própria Doralyce em parceria com a também Ellen Faria. 

Doralyce, poderosa, dá a letra sobre a faixa em um comunicado enviado à imprensa: ""Num País que pratica o genocídio do povo preto, celebrar o amor pelo olhar de mulheres pretas é devolver simbolicamente o direito de amar e ser amada". Precisa e preciosa. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


ATR - 'Mundi' 

A incrível banda instrumental ATR lança o primeiro disco com convidados nos vocais. Mundi, o álbum (disponível nas plataformas digitais aqui) foi realizado por meio do auxílio do edital Natura Musical.  

O ATR reuniu vozes de diferentes lugares do planeta, como Carolina Camacho (República Dominicana), Billy Pilgrim (EUA), Vox Sambou (Haiti/Canadá), Michu Mendez (Argentina), além das potências brasileiras Luedji Luna e Donatinho. 

Cada canção abre uma possibilidade estética e oferece uma viagem diferente. Ao final, fica uma experiência transformadora. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


The Mönic - 'Maldizer (Acoustic)'

A delirante e potente banda The Mönic encerra um projeto de revisitar as canções pulverizantes em versões acústicas com a faixa "Maldizer" (que pode ser ouvida abaixo). 

É impressionante a transformação passada por cada a das quatro músicas da The Mönic nesse projeto desplugado iniciado durante o período de isolamento social e quarentena. Tudo se transforma, arranjos, vocais, ritmos. 

Ao ouvir as versões acústicas de "Just Mad", "Aquela Mina", "Andy & I" e "Maldizer", que serão reunidas no EP Refúgio (lançada pela Deck), fica clara elasticidade sonora do grupo e a potência sonora além do já ótimo álbum de estreia Deus Picio, de 2019. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Marcelo Perdido e Bruno Graziano - 'Brasa'

O amor pelo disco. Por quem faz, por quem ouve. Marcelo Perdido, em parceria com Bruno Graziano, lança o filme Brasa, um documentário, longa, que parece ser ficção em tempos de música pulverizada em playlists. 

Aqui, ele recebe Luiza Lian, Anelis Assumpção, Marcelo Jeneci, Tatá Aeroplano, Negro Léo, Bárbara Eugênia, Nana e João Erbetta para falar justamente sobre o que motiva alguém a criar um álbum. Cada um deles vivia um momento diferente na carreira, na arte de fazer discos. É um movimento bonito (fazer um álbum) e também falar sobre esse processo. 

E o filme está publicado de graça, no YouTube. Aliás, também pelo amor aos discos, ouça Não Estou Aqui para Te Influenciar', o mais recente álbum de Perdido (que ganhou destaque na HOTLIST #11).  [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Tamara Franklin - Fugio - Rotas de Fuga pro Aquilombamento

A ótima Tamara Franklin está de volta à HOTLIST (ela esteve na HOTLIST #17), agora com o álbum cheio dela, Fugio, produzido pelo magistral Chico Neves. 

A artista explicou o título do álbum em um comunicado enviado à imprensa: "Fugio” (fugiu) era a primeira palavra de muitos dos anúncios de jornal que comunicavam a fuga de um escravo negro no Brasil do século XIX. Anúncios pagos pelos senhores, que ali ofereciam recompensas a quem recuperasse o 'negro fugido" — descrito em “pernas grossas” e “pés esparramados”, como máquina, corpo desumanizado, mera força de trabalho. Por trás da crueldade banalizada naquelas poucas palavras, se escondiam histórias de homens e mulheres que se recusavam a aceitar o papel que era reservado a eles naquele mundo. A quem exigia deles a obediência, respondiam com a fuga — ato de resistência, de heroísmo, de coragem. O princípio do aquilombamento."

O primeiro lançamento do selo Estúdio 304, de Neves, Fugio (disponível nas plataformas digitais aqui) é um disco com muitas possibilidades sonoras, rimas e metáforas poderosas de Tamara Franklin. É soco no estômago, agraço e afago. De resistência. Para ouvir, para doer, para aplaudir. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Astralplane - 'PassaTempo'

Com a produção do segundo álbum parada por conta do isolamento social, a banda Astralplane decidiu passar o tempo com "PassaTempo" (disponível nas plataformas digitais aqui). 

O single, uma delicinha meio disco music, foi criado a partir das experimentações do grupo quando, diante do isolamento social, tiveram que interromper a criação do novo disco deles. Assim, criaram "PassaTempo" como distração, mas também na tentativa de criar uma canção à distância. Deu certo. [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]


Sargaço Nightclub - Hibakusha

A pirante Sargaço Nightclub explica que a faixa "Hibakusha", lançada recentemente, "mais do que o embrião, foi a inspiração para a gravação do nosso primeiro álbum, 'Istmo', que será lançado muito em breve", diz a descrição da canção no YouTube. 

Com uma guitarra que rompe como trovões, a faixa puxa as historicamente terríveis bombas atômicas jogadas em Hiroshima e Nagasaki, durante a Segunda Guerra Mundial, para o ano de 2020. "Hibakusha" é o termo usado no Japão para se referir às "vítimas da bomba". 

Eles ainda explicam: "A razão de escolhermos este tema é um claro posicionamento contra as políticas beligerantes e armamentistas ainda preconizadas atualmente por diversos países. Inclusive o Brasil". Que venha o álbum. O single de estreia (disponível nas plataformas digitais aqui) é um início poderoso.  [Texto: Pedro Antunes | @poantunes]