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Como é o show de Roger Waters que será transmitido nos cinemas brasileiros

Várias salas espalhadas pelo país irão exibir ao vivo uma apresentação da turnê This is Not a Drill, citada pelo ex-Pink Floyd como sua “primeira despedida”

Roger Waters (Foto: Getty Images)
Roger Waters (Foto: Getty Images)

Um show da atual turnê de Roger Waters, This is Not a Drill, será transmitido ao vivo para cinemas de todo o mundo no próximo dia 25 de maio. A apresentação acontece na O2 Arena de Praça, República Tcheca.

O Brasil foi contemplado pela exibição por meio da rede de cinemas UCI, com sessões em 13 cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Salvador. A lista completa de cidades está disponível no site da empresa, com ingressos à venda pela plataforma Ingresso.com.

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O ex-integrante do Pink Floyd, atualmente com 79 anos, gira pelo mundo desde julho de 2022 com a This is Not a Drill, anunciada como sua “primeira turnê de despedida”. Após ter excursionando pelos Estados Unidos, o músico e sua banda de apoio viajam pela Europa, em agenda que terá justamente o compromisso em Praga como uma de suas últimas no continente.

Mas o que os fãs vão encontrar nesta apresentação? Embora não tenha lançado um álbum de inéditas nos últimos tempos — Is This the Life We Really Want?,o mais recente, é de 2017 —, Roger desenvolveu um novo conceito de show, com estrutura diferente de palco e um repertório alterado em comparação à última passagem pelo Brasil, em 2018, com a tour Us + Them.

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O repertório

Por ser um show de grandes proporções, dificilmente o show em Praga terá alguma mudança no repertório se comparado ao de outras datas da turnê. Sendo assim, os fãs podem esperar uma noite repleta de Pink Floyd. Das 24 músicas tocadas, 17 são do catálogo original da banda que Roger Waters integrou até 1985.

Há presença garantida de clássicos como “Shine On You Crazy Diamond”, “Another Brick in the Wall”, “Wish You Were Here” e a execução integral do lado B do álbum The Dark Side of the Moon(“Money”, “Us and Them”, “Any Colour You Like”, “Brain Damage” e “Eclipse”). E também tem espaço para algumas surpresas.

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Uma delas, conforme apontado no site Igor Miranda, é a também clássica “Comfortably Numb”, mas em uma versão bem diferente, mais lenta e sem solo de guitarra. A adaptação, também lançada nas plataformas digitais, é apresentada logo no início do set. Outra novidade é “Two Suns in the Sunset”, faixa de The Final Cut (1983), último álbum de Roger com o Pink Floyd — e frequentemente ignorado nos shows.

Há ainda algumas composições solo, como “Déjà Vu”, “The Powers That Be”, “The Bravery of Being Out of Range” e a faixa-título do álbum Is This the Life We Really Want?. Neste campo, também há novidade: “The Bar”, nova canção de Waters que ainda nem foi lançada nas plataformas de streaming.

Parte 1

  1. Comfortably Numb
  2. The Happiest Days of Our Lives
  3. Another Brick in the Wall, Part 2
  4. Another Brick in the Wall, Part 3
  5. The Powers That Be
  6. The Bravery of Being Out of Range
  7. The Bar
  8. Have a Cigar
  9. Wish You Were Here
  10. Shine On You Crazy Diamond (Parts VI-VII, V)
  11. Sheep

Parte 2

  1. In the Flesh
  2. Run Like Hell
  3. Déjà Vu
  4. Déjà Vu (Reprise)
  5. Is This the Life We Really Want?
  6. Money
  7. Us and Them
  8. Any Colour You Like
  9. Brain Damage
  10. Eclipse
  11. Two Suns in the Sunset
  12. The Bar (Reprise)
  13. Outside the Wall

Estrutura e mensagem

Outro destaque do novo show de Roger Waters é a estrutura visual. O palco é montado no formato 360º e dividido em quatro por um telão gigante, responsável por auxiliar a dar o tom da performance, especialmente ao transmitir muitas mensagens de tom político por parte do músico.

Um desses vários momentos ocorre durante “The Powers That Be”, onde são listados os nomes de ativistas assassinados em diversos locais do mundo. A brasileira Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro e militante dos direitos humanos assassinada em 2018, está entre os nomes apresentados.

O clássico porco inefável das apresentações de Waters também se faz presente na atual turnê. Conforme observado pela jornalista Stefani Costa, editora do Hedflow que cobriu um show realizado pelo músico em Portugal, o animal surge com a frase “Steal from the poor, give to the rich” (“Roube dos pobres e dê aos ricos”) e flutua sobre as cabeças dos fãs durante o início do segundo ato.

A fim de evitar polêmicas, o músico de 79 anos avisa logo nos primeiros segundos do show que a política se faz presente ao longo de toda a performance. Uma mensagem é estampada no telão:

“Se você é uma daquelas pessoas, que diz: ‘eu amo Pink Floyd, mas não suporto as mensagens políticas’, seria bom cair fora agora e ir para o bar.”

Em meio a outros momentos de tom político, sobra espaço também para nostalgia e emoção pessoal. Em “Have a Cigar” e “Wish You Were Here”, por exemplo, são exibidas imagens de amigos e ex-integrantes do Pink Floyd, banda que seguiu na ativa mesmo sem Waters.

Em sua cobertura, Stefani Costa destaca:

“Com projeções muito bem elaboradas e de forte impacto, nem o eco da arena foi capaz de impedir a potência dos efeitos audiovisuais. Entre riffs de guitarra e tiros de metralhadora, o público também foi compensado pelo timbre suave das backing vocals que se misturavam às cadências das notas de todos os instrumentos rigorosamente bem regulados.”

O texto da jornalista complementa:

"Mesmo oferecendo uma apresentação cheia de mensagens desconcertantes para aqueles que ainda permanecem 'perdidos' no tempo e no espaço da realidade capitalista, Roger Waters também soube trabalhar os sentimentos mais profundos de quem resolveu mergulhar em seu universo de questionamentos.”