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Por que ser paulista na música era desafiador nos anos 80, segundo Guilherme Arantes

Músico aponta que período foi dominado pelo Rio de Janeiro, à época “uma capital em contexto de cultura”

Guilherme Arantes - Guilherme Arantes - Daryan Dornelles
Guilherme Arantes - Guilherme Arantes - Daryan Dornelles

Com São Paulo estabelecida cada vez mais como uma megalópole, é difícil imaginar que um artista se sentisse “excluído” por ter vindo da capital paulista. Porém, era essa a situação de Guilherme Arantes na década de 1980.

No passado, o músico declarou que entendia a si próprio como um “outsider” naquele período por não ser guitarrista, roqueiro e, curiosamente, carioca. A declaração indica como o Rio de Janeiro era um importante polo artístico durante o período. Não à toa, vieram de lá algumas das bandas mais importantes do rock nacional oitentista, como Paralamas do Sucesso, Blitz, Barão Vermelho e Kid Abelha.

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Em entrevista à Veja SP, Arantes explicou esse sentimento. Inicialmente, ele contou que era desafiador simplesmente existir no Rio.

“O Rio era uma capital em contexto de cultura e música, e São Paulo era uma capital secundária. Tentar existir no Rio de Janeiro era sempre um desafio para os paulistas da minha geração. Existia um pouco de preconceito contra nós, perguntavam se éramos italianos, por conta do sotaque — mas eu nunca ‘carioquei’ (risos).”

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Guilherme se mudou para o Rio em 1985, em meio a um período de grande efervescência do rock brasileiro. Não por acaso, a primeira edição do festival Rock in Rio aconteceu naquele ano.

“Me mudei para o Rio em 85, naqueles anos do surgimento do pop rock nacional, com o Circo Voador, a geração Blitz, Lulu Santos, Kid Abelha.”

Volta a São Paulo e vida nômade

Guilherme Arantes - Daryan Dornelles

Ainda durante a entrevista, Guilherme Arantes contou ter retornado a São Paulo na década de 1990, quando a “regra do jogo” já era bem diferente. Contudo, não permaneceu na capital paulista pelo resto da vida.

“Nos anos 90, São Paulo mudou todo esse protagonismo, e voltei. Depois, fui para a Bahia. Enfim, minha vida é eternamente nômade. Morei em Londres, fiquei períodos em Los Angeles, e agora na Espanha.”

Apesar disso, a conexão do músico com São Paulo é especial. E ganhou um caráter diferente devido a um episódio relativamente recente de sua carreira.

“Nos anos do disco Condição Humana (2013), fiz temporada no Bar Brahma que resgatou minha paulistanidade. Foi um divisor de águas na minha vida, foi quando me tornei independente e montei um estúdio, sem produtor nem gravadora.”