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Por que não é legal criticar bandas cover, segundo Rick Bonadio

Produtor que já trabalhou com Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr e NX Zero ofereceu posicionamento equilibrado a respeito de tema que divide tantos fãs de rock

Por Igor Miranda (@igormirandasite) Publicado em 14/07/2023, às 15h57

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Rick Bonadio (Reprodução)
Rick Bonadio (Reprodução)

Bandas cover sempre foram uma boa saída para a realização de festas e eventos em geral com música ao vivo. Especialmente no rock, artistas que desempenham esse tipo de trabalho são bem requisitados. Em alguns casos, quando o projeto consiste em homenagear um mesmo grupo ou músico, tem até quem use os mesmos figurinos e reproduza os mesmos trejeitos, prometendo a experiência mais fiel possível.

Porém, esse tipo de trabalho se tornou cada vez mais criticado por uma parcela dos fãs de música, ainda mais no rock. Há quem pense que esse tipo de atração tira o espaço de artistas e bandas que criam suas próprias canções, além de responder a instintos um tanto “preguiçosos” do público em geral, que sempre quer ouvir as mesmas obras.

Um dos produtores musicais mais renomados do Brasil, Rick Bonadio discorda das críticas recebidas por bandas cover. Em declaração de 2022 ao Podihhcast (via Whiplash), o profissional que já trabalhou com Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr, CPM 22 e NX Zero ofereceu um posicionamento equilibrado a respeito do tema.

“Acho que banda cover tem uma função que é muito digna. Por exemplo: o músico não conseguiu fazer um trabalho autoral, porque fazer um trabalho autoral é difícil. Difícil conseguir uma gravadora, os produtores são uns malas que não investem, não acreditam… difícil pra caramba. É um jogo muito difícil. Aí o cara quer viver de música. P#rra, ele não pode ter uma banda cover?”

Rick Bonadio e as bandas cover

Em seguida, Bonadio apontou que algumas classes profissionais, como a de músicos e humoristas, precisam enfrentar muitos obstáculos. E no caso de quem trabalha fazendo som, é preciso buscar alternativas para seguir vivendo daquilo que ama.

“Aí vem o meu lado defensor dos músicos e dos oprimidos, que eu tenho um pouco. Não muito, mas eu tenho um pouco. Cara, a galera da música é muito sofrida. Acredito que a galera do humor também. Então assim, cara, você chegar e falar assim: ‘P#ta, é ridículo um cara que faz cover’. P#rra meu… É chato, entendeu?”

Por fim, Rick apontou que cada profissional precisa compreender o espaço que consegue ocupar. No caso de um artista cover, se a sua habilidade maior é reproduzir em vez de criar, isso deve ser aproveitado.

“Porque o cara tá ali vivendo o sonho dele, cantando as músicas que ele pode cantar, que ele consegue vender os ingressos. [...] Não é que é ridículo, é o que ele pode fazer.”