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Música / Entrevista - Parte III

Jimmy London reflete sobre a criação de nova banda e diz que Matanza terminou 'em péssimos termos'

Em 2018, o Matanza chegava ao fim; no ano seguinte, Jimmy London fundou o Matanza Ritual, ao lado de Felipe Andreoli, Antônio Araújo e Amílcar Christófaro

Jimmy London (Foto: Divulgação) | Matanza Ritual (Foto: Reprodução/Instagram)
Jimmy London (Foto: Divulgação) | Matanza Ritual (Foto: Reprodução/Instagram)

Há cinco anos, o Matanza chegava ao fim: "Existem questões pessoais que precisam ser atendidas, possibilidades profissionais que precisam ser contempladas e necessidades artísticas que nos levam a caminhos distintos", escreveram em comunicado publicado à época.

Da divergência entre os membros do grupo formado no final dos anos 1990, nasceram o Matanza Ritual — liderado por Jimmy London — e o Matanza Inc, que abraçou os integrantes da última formação do Matanza e incluiu Vital Cavalcante na posição de vocalista. 

Por que "Matanza Ritual"?

Quando a ideia de criar o Matanza Ritual surgiu, Jimmy London considerou a possibilidade dela nunca sair do papel. "Eu sou um cara mais isolado. Chego no meu show, fico ali no meu camarim, na minha, faço meu show, depois vou embora. Nunca fui de ficar fazendo social em festival e fazendo vários amigos", refletiu. No entanto, a introversão do cantor não o impediu de juntar um time de estrelas do rock nacional: o baixista Felipe Andreoli (Angra), o guitarrista Antônio Araújo (Korzus) e o baterista Amílcar Christofáro (Torture Squad).

Segundo London, o nome dado à banda criada em 2019 faz referência ao ritual por trás dos shows: "Eu acho que o show do Matanza tem muito a ver com ritual mesmo. A galera se prepara, vai para o bar, ouve determinados sons, entra no estado mental de vomitar as frustrações, de vomitar os demônios, sabe? Eu também me preparo. Eu tenho um determinado ritual. A gente sobe no palco, o show começa de um jeito, passa por determinados lugares, termina sempre de outro jeito".

Apesar de ter singles lançados desde 2020, o Ritual ainda não lançou o primeiro disco. O vocalista, porém, garantiu, em entrevista à Rolling Stone Brasil, que esse momento está cada vez mais próximo e será importante para definir com mais clareza o que é o Matanza Ritual

Enquanto busca a identidade do grupo, Jimmy, Felipe, Antônio Amílcar celebram a discografia do Matanza nas apresentações ao vivo. "P*rra, são coisas boas, coisas boas têm que ser valorizadas, têm que ser mantidas se possível", argumentou London. "Elas não merecem morrer porque seres humanos decidiram. Arte é mais importante que o ser humano. Acho que essas músicas me pertencem de vários jeitos diferentes."

Fim do Matanza

London adiantou que o Matanza terminou "em péssimos termos", mas ele fez "questão de não espalhar a merda". "Acho que os fãs do Matanza não mereciam uma espalhação de merda, não mereciam ficar com gosto azedo da banda", disse. Jimmy ainda revelou que foi contatado por um membro do Matanza Inc: "Depois de um tempo até recebi uma ligação. Foi uma ligação boa, falando várias coisas que me surpreenderam".

Em 2021, o artista afirmou em entrevista ao Colisão Podcast que considerava a banda "como trabalho". "Uma banda que trabalha quase sem contratante é uma realidade muito rara no mundo, ainda mais no Brasil, e eu consegui desenvolver essa mentalidade dentro do Matanza, de entender que uma banda não vai muito além de escrever música", contou à Rolling Stone Brasil

E eu transmiti essa ideia para o Matanza Ritual. A gente vem tendo um excelente resultado de trabalho. Acho que isso responde por si só. Parece que, dentro desse raciocínio, alguma coisa que eu estava fazendo lá dentro [no Matanza] estava dando certo.

O tempo foi, para Jimmy, um fator que colaborou para ele superar o fim do Matanza: "Estou envelhecendo um pouco e estou conseguindo botar o problema de lado".

Esse foi um problema que coloquei de lado. Ele meio que se resolveu sozinho, e está tudo ótimo do jeito que as coisas estão nesse momento. Para mim, não poderia estar mais confortável.