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Jessie Ware explica parceria com Róisín Murphy, mira futuro 'dance' e se declara ao Brasil: 'seria rude se não voltasse' [ENTREVISTA]

Jessie Ware revelou interesse em trabalhar com Duda Beat, prometeu trazer turnê ao Brasil e falou sobre possível novo álbum

Jessie Ware na capa do álbum 'That! Feels Good! (Divulgação)
Jessie Ware na capa do álbum 'That! Feels Good! (Divulgação)

Jessie Ware lançou nesta quinta-feira, 27, um remix de "Freak Me Now" em parceria com Róisín Murphy — uma de suas principais referências musicais. Não à toa, o álbum mais recente de Ware, That! Feels Good! (2023), vai fundo no dance, um dos estilos nos quais Róisín consolidou a carreira de mais de duas décadas. 

Murphy e Kylie Minogue, outra grande influência para Jessie, foram algumas das artistas que gravaram os sussurros do início da faixa-título "That! Feels Good!". "É como se eu tivesse encontrado ouro," disse a autora do hit "Say You Love Me" sobre trabalhar ao lado de suas inspirações.

Róisín Murphy também não poupou elogios à Ware. "Jessie é brilhante, uma compositora super talentosa e uma cantora incrível. Ela é realmente bonita, mas também é engraçada e nunca se leva muito a sério. Nós temos falado sobre trabalhar juntas há um tempo. Quando ela me mandou 'Freak Me Now', eu amei e me pareceu perfeitamente certo eu estar nessa música. Nos divertimos loucamente quando nos arrumamos para o vídeo, foi um caos fashion", contou a ex-integrante da Moloko, conforme nota enviada à imprensa.

Ouça a nova música:

Parcerias e novo álbum

"O álbum saiu em abril, me dá um segundo", disse Ware em tom de brincadeira ao ser questionada pela Rolling Stone Brasil sobre um novo disco. Mas, sim, ela começará a investir em um material inédito no início do ano que vem. James Ford, Stuart Price e Clarence Coffee, que já estiveram nos dois últimos álbuns, continuarão trabalhando com a artista. Até mesmo o melhor amigo de Jessie, Jack Peñate, vai contribuir com as composições que estão por vir.

A britânica não dispensa parcerias. Omar Apollo, Channel Tres e Romy, do The xx, foram citados como artistas com quem a cantora uniria os talentos. Um nome brasileiro entra na lista: Duda Beat! Jessie adorou suas músicas e foi firme ao declarar que quer trabalhar com ela.

Autoconfiança

What's Your Pleasure e That! Feels Good!mudaram tudo para Jessie Ware. Com os álbuns em que deu mais ouvidos a si mesma, ela conquistou autoconfiança. Hoje, isso permite que as performances dela sejam recheadas de coreografias com dançarinos profissionais, algo que lhe parecia inimaginável.

'Please, come to Brazil'

Jessie fez história no palco principal da primeira edição do Primavera Sound São Paulo, em 2022. Neste ano, é a vez de Róisín Murphy desembarcar no Brasil para se apresentar no mesmo festival. 

O show de Ware aconteceu antes do lançamento do That! Feels Good!, ou seja, a turnê do álbum ainda não chegou aqui. A cantora garante, no entanto, que fará tudo o que puder para voltar ao país, seja com um show solo ou em um festival, já em 2024. Para Jessie, depois da recepção calorosa que ela teve no ano passado, "seria rude" deixar de nos fazer uma visita.

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Confira entrevista completa de Jessie Ware:

Rolling Stone Brasil: Você é uma grande fã da Róisín Murphy, certo? Como foi trabalhar com uma das suas maiores influências?
Jessie Ware: Eu ainda não acredito que isso aconteceu, sabe? É como se eu tivesse encontrado ouro com o fato de que trabalhei com a Kylie Minogue, e agora com a Róisín. Eu devo estar fazendo algo certo. A Róisín é incrível! Ela também é incrivelmente gentil e generosa, e eu acho que sempre a enxerguei assim, como uma espécie de deusa. Por ela aceitar fazer o videoclipe comigo… Nós nos divertimos demais e eu a respeito muito. Eu a amo, e a amo artisticamente. Ela sempre será uma inspiração.

Rolling Stone Brasil: E uma composição totalmente nova de vocês duas? Você acha que isso pode acontecer no futuro?
Jessie Ware: Eu sinto que isso é só o começo. Sinto que devemos fazer uma música bem dance, acho que esse é o caminho. Além disso, eu quero ir até Ibiza, onde ela vive. É lá que escreveremos uma música [risos].

Rolling Stone Brasil: Quem seriam suas outras inspirações com as quais gostaria de trabalhar?
Jessie Ware: Eu gosto do Omar Apollo. Gosto muito dele! Eu amo o Channel Tres, acho ele incrível. Duda Beat é muito legal, acho que poderíamos fazer algo divertido juntas. Quem mais? Acho que eu gostaria de trabalhar com a Romy, do The xx. Nós vamos trabalhar juntas. Já combinamos que vamos fazer algo juntas para o novo álbum. Então, isso é o que eu quero também.

Rolling Stone Brasil: Eu sei que você acabou de lançar um álbum, mas quero saber se já está trabalhando em outro. Pode me falar sobre seu fluxo criativo?
Jessie Ware: Eu não tenho tempo, o que é muito frustrante. Estou fazendo meu podcast também, e estou em turnê… Mas sim, devo começar no começo do ano que vem, em janeiro. Mal posso esperar. Vou escrever com o meu melhor amigo, que me introduziu na música, Jack Peñate. Ele também esteve envolvido no Sault, nos discos que gravaram. Além disso, eu era backing vocal dele, então vai ser algo muito bonito. Eu também vou trabalhar com James Ford, Stuart Price, [Clarence] Coffee… Todo mundo com quem trabalho o tempo todo e eu amo, então estou bem animada. Mas ainda não comecei a escrever. Eu adoro que os jornalistas perguntem isso! Tipo, o álbum saiu em abril, me dá um segundo [risos].

Rolling Stone Brasil: No ano passado você com certeza fez história no Primavera Sound São Paulo. Eu estava lá! Você pretende trazer sua nova turnê para o Brasil?
Jessie Ware: Honestamente, se fosse mais fácil fazer os shows, eu faria de imediato. Foi uma experiência incrível para mim. Acho que não tenho nada certo ainda, mas juntando o interesse e o amor que o Brasil me mostrou... Tipo, hoje estou falando com seis jornalistas diferentes… Quero dizer que eu sinto e quero muito estar aí, mais do que tudo, então não tenho dúvidas que nós faremos dar certo. Não sei se será solo ou em um festival. Eu acredito que voltarei no ano que vem, seria rude se não voltasse.

Rolling Stone Brasil: "Freak me now" não é o primeiro remix de uma das músicas do That! Feels Good!. Você e a Pabllo Vittar fizeram uma nova versão de "Pearls" alguns meses atrás. Qual a sua relação com a música brasileira?
Jessie Ware: Ainda é algo muito novo e eu estou aberta a sugestões da Rolling Stone! Eu ainda estou explorando, mas acho que o que eu mais gosto do Brasil é que vocês têm uma identidade musical muito forte. Alguém tem que me dizer por onde começar. Todo mundo me disse para ouvir Duda Beat. Eu ouvi e amei. Nós dividimos a mesma maquiadora quando eu estive no Brasil e ela disse, “vocês deveriam trabalhar juntas”. Eu adoraria fazer isso acontecer, seria muito legal.

Rolling Stone Brasil: Você já disse que foi um longo caminho até se considerar uma artista. Você acha que o sucesso de What's Your Pleasure e agora That! Feels Good! tem algo a ver com isso? Ou talvez suas experiências como mulher...
Jessie Ware: Sim, nossa, totalmente! Inicialmente, quando eu consegui fazer o What’s Your Pleasure, eu pensei “vou fazer do meu jeito e se não funcionar, pelo menos…” E aí funcionou. Então me dei conta de que deveria confiar mais em mim, sem ouvir o que os outros dizem. Eu respeito a opinião dos outros, é claro, mas foi muito empoderador poder fazer escolhas, escolhas artísticas e fazer valer a pena. Acho que isso fez de mim uma artista mais forte. Sinto que tenho muito mais a dizer e fazer na música.

Rolling Stone Brasil: Você acredita que essa autoconfiança mudou suas performances no palco?
Jessie Ware: Sim. Também acho que adicionar coreografia foi muito brilhante. É algo que eu achei que nunca conseguiria fazer ou seria capaz. Não sou uma dançarina treinada, só gosto de dançar, como todo mundo. Tem sido tão legal! Isso ampliou minha performance no palco e eu acho que tem sido muito especial. No palco, nós somos um time, trabalhamos juntos e nos ajudamos. Era muito difícil quando era apenas a banda e eu. Quando você está dançando e cantando é como estar realmente performando, como um show deve ser. É diferente e eu me dou bem com isso, com essa união no palco. Depende de todos nós. Sei que tem meu nome e eu canto, mas a participação de todos é vital e eu gosto muito disso. Tem sido incrível para mim.

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