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Faixa a faixa: Marcelo Tofani detalha estreia solo, 'Fantasia de um Amor Perfeito'

Álbum lançado no último dia 9 marca o início da carreira solo do artista mineiro, ex-Rosa Neon

Eduardo do Valle (@duduvalle) Publicado em 11/05/2023, às 17h52

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Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)
Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)

É com pegada pop e lirismo romântico que Marcelo Tofani lançou, nesta semana (9), seu primeiro álbum solo, Fantasia de um Amor Perfeito. Liberado nove meses após o primeiro single da nova fase, "Certificar", o disco vem confirmar a extensão do talento do mineiro.

Unindo elementos da disco music, do reggaeton, do funk BH (o funk com pegada mineira de Belo Horizonte), além da sofrência, da pisadinha, do dancehall e do afrobeat, o disco "absorve muita informação, num mundo lotado de informações", explica o cantor.

'Fantasia de um Amor Perfeito', de Marcelo Tofani (Divulgação)

"Quando entrei no estúdio pra fazer esse disco, decidi ligar a chavinha do ‘’foda-se’’ e fazer a música com o coração, do jeito que eu estivesse afim de fazer, seja num ritmo X ou Y, sabe por quê? Antes de tudo eu sou um artista pop. O pop não é um ritmo, o pop é um gênero que absorve ritmos totalmente diversos. Esse é o meu maior prazer na música. Sou um artista que ouve e absorve referências de estilos diferentes e que não consegue, nem que queira, entrar dentro da caixinha do gênero. Esse acabou sendo o conceito do álbum."

É também a evolução natural de uma carreira que começou com o sucesso do Rosa Neon, grupo que dividiu com Marina Sena e Baka. Aqui, porém, ele de debruça sobre o lirismo e sobre a poesia, escrevendo as canções como uma viagem por um relacionamento que - spoiler! - não acaba tão bem.

Fantasia de um Amor Perfeito marca também o lançamento de Tofani no selo AQuadrilha, de Djonga. Sobre a parceria, o cantor falou à Rolling Stone Brasil:

"Ter assinado com AQuadrilha é um dos sintomas de eu ser a personificação de rolê aleatório. Sou o cara que cria pontes musicais entre lugares que, às vezes, não existiam. Por exemplo, sou um dos únicos artistas dA’ Quadrilha que não é rapper, e ao mesmo tempo eu e o Djonga somos parceiros desde o início das nossas carreiras sempre fizemos as coisas juntos, ele foi um cara muito importante, não só na minha carreira-solo, mas também no Rosa Neon."
Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)
Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)

Track by Track

A pedido da Rolling Stone Brasil, Marcelo Tofani detalhou o disco faixa a faixa. Abaixo, os detalhes, inspirações e bastidores das nove faixas de Fantasia de um Amor Perfeito. Dê o play no disco e, em seguida, confira o que o artista contou de cada track.

1 - Até Nascer o Sol
Essa é a introdução do disco, é tipo “bem vindo ao mundo fantasia de um amor perfeito”. Ela, além de ter o nome do álbum na letra, começa com a frase “será que eu gosto de você ou que eu só gosto do que a gente deveria ser?”, que sintetiza essa história que eu vou contar a partir da próxima música. Comecei a produção dela no meu celular, pirando num sample de órgão que achei foda e depois levei pro estúdio do Gabriel Moulin, que é meu amigo desde os 11 anos de idade e no dia que produzimos ela, brigamos feio na hora de decidir a melodia do assobio. Primeira vez que brigamos na vida, fiquei mal na hora mas depois passou. A briga foi muito idiota, hahahaha.

Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)
Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)

2 - Certificar
Essa música é o inicio da história. O flerte. Duas pessoas se vendo pela primeira vez, se olhando de longe e mandando sinais. Fiz essa depois de assistir um documentário do Bee Gees e ficar fascinado. Acho que dá pra ver bastante a referência nos falsetinhos e na vibe meio disco. Também comecei a produção dessa no meu celular e depois levei pro estúdio do Gabriel Moulin.

3 - Perigo
Aqui, essas duas pessoas são apresentadas e a letra fala sobre essa sensação de perigo e de se querer deixar levar. A gente queria fazer uma parada meio ragga, meio “shape of you” com tempero latino. Tem um solo de trompete nessa que eu fico maluco…

4 - Flechas
Essa é com o MC Anjim. nessa parte acontece a paixão louca, o coração flechado, a quimica pesada e a física avançada da relação. Pra mim, é a música mais sexual do disco. Quando eu e o MGZD fizemos essa numa imersão, eu imaginava claramente a voz do anjim antes mesmo de ter convidado ele. Isso foi bem louco, eu conseguia ouvir mesmo sem ele ainda ter gravado. Tinha que ter não só um grande represantante do funk BH, tinha que ser ELE.

5 - Eu e Ele Não Dá
Aqui é a hora que a relação desanda. Tem alguém no caminho e uma escolha tem que ser feita pela outra pessoa. É uma música ensolarada, muuuito brasileira e que fala de uma situação difícil pessoal minha porém de um jeito bem humorado. Eu sou aquele tipo que ri de nervoso na hora que ta tudo dando errado. Já tinha escrito ela uns meses antes de começar o disco e caiu como uma luva. É um vetor que fica bem no meio.

Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)
Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)

6 - Não Mudo Por Ninguém
Ca hora da minha preferida. Pelo menos nesse dia que tê escrevendo esse “faixa por faixa”, depois pode mudar.
A letra de “não mudo por ninguém” é uma letra de rompimento. Rompimento com a outra pessoa que você idealizou e que também tava te idealizando. Sobre estar se sentindo apagado pelas projeções dessa outra pessoa e não conseguindo mais mudar por ela. Ela tem uma sensação meio agridoce, porque ao mesmo tempo que te emociona, você também fica animado ouvindo e tem vontade de dançar. Também comecei essa no meu celular e depois produzi com o Gabriel Moulin.

7 - NANANI NANÃO
NANANI NANÃO é musica de bêbado com saudade. uma saudade que não passa. Ela é um trap chapado e pra cima em parceria com o X SEM PEITA, rappers do selo que faço parte, AQuadrilha. Fizemos essa numa session de uma noite.

Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)
Marcelo Tofani (Foto: Sarah Leal)

8 - Pra esquecer (sax indescritível)
Essa ainda é sobre aquele momento de beber e fazer burrada pra tentar esquecer alguém, mas quando ouve aquela música, no fundo ainda pensa naquela relação. O sax é realmente indescritível: a melodia dele é uma mistura de música de motel naquela vibe meio George Michael com música que torcida organizada canta em estádio, me fazendo lembrar dos meus tempos de goleiro… o beat bate muito na pista, é um reggaeton acelerado com uma pitada de lambada. Acho que é bem boa de dançar. Eu não sei dançar, mas eu gosto de fazer música pros outros dançarem.

9 - Como foi que a gente acabou?
A última faixa e a que talvez tenha a letra mais profunda. Ela trata daquele momento que você esquece totalmente da pessoa que você já amou tanto e dividiu tantas histórias, já não lembra mais o porque do fim, vocês viram dois estranhos e até o rosto dela vai lentamente se apagando da sua memória. Eu sinto isso com amores passados, acho um fenômeno maluco que eu não consigo entender. E assim que o ciclo se fecha.