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C6 Fest estreia com line-up inovador apesar de shows curtos e plateias esvaziadas

Primeira edição do festival trouxe revelações do indie e jazz, além de grandes nomes nacionais e internacionais

Dry Cleaning (Foto: Divulgação), Kraftwerk (Foto: Dimitrius Vlahos)
Dry Cleaning (Foto: Divulgação), Kraftwerk (Foto: Dimitrius Vlahos)

O C6 Fest realizou sua primeira edição no último final de semana. Com shows em São Paulo e no Rio de Janeiro, evento impressionou pelo line-up balanceado entre artistas inéditos no país - como Weyes Blood e Samara Joy - e nomes consolidados - como Kraftwerk e Underworld. Na programação nacional, mescla entre experiência e juventude também se fez presente, com surpresas positivas.

Seguindo o conceito do Free Jazz e do Tim Festival, o C6 Fest contou com diversos palcos. No entanto, diferente de algumas edições dos eventos que inspiraram o estreante, as apresentações não foram espalhadas pela capital paulista. Todos os shows aconteceram em um único ambiente, o parque Ibirapuera.

Apesar da proximidade entre os palcos, era necessário comprar um ingresso separado para cada um deles (com exceção do passaporte, que garantia a entrada em todos os espaços). O formato parece ter confundido parte do público, acostumado com a dinâmica de festivais como o Lollapalooza. Os valores ainda fizeram com que não fosse incomum acompanhar shows vazios, principalmente na Tenda Heineken. 

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A proposta também teve pontos positivos, principalmente ao proporcionar espaços adequados para as ecléticas apostas do line-up. Samara Joy, por exemplo, pôde trazer seu jazz ao íntimo palco do Auditório Ibirapuera, enquanto Tim Bernardes fez bela homenagem à Gal Costa ao ar livre, com o entardecer ao fundo. A discussão sobre a ocupação de espaços públicos com shows pagos, no entanto, fez-se presente nas redes sociais e no entorno do festival - considerando o aumento de eventos privados no parque após sua concessão a uma empresa não-estatal.

Entre alguns dos destaques musicais do C6 Fest estavam os ingleses do Dry Cleaning que tentaram contagiar a plateia com seu contraponto entre o instrumental pós-punk e os versos quase falados da vocalista Florence Shaw. Arlo Parks trouxe as próprias dores e indie pop com sorrisos ao palco, e o performático Christine and the Queens foi responsável por encerrar a noite da sexta, 19.

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Embora os artistas tenham entregado boas apresentações, a impressão é de que os shows foram curtos demais, até mesmo para os headliners. A sensação perdurou durante todo o final de semana, que teve shows com pouco mais de uma hora dos veteranos do Kraftwerk (no sábado, 20), da psicodelia indie folk do The War On Drugs e da aguardada diva pop alternativa Weyes Blood (ambos no domingo, 21).

Caetano Veloso, por sua vez, parecia um evento à parte do festival. O músico foi a principal atração da área externa do Auditório no domingo e reuniu grande público para apreciar seus sucessos e canções mais recentes performados por sua afiada banda.

Ao lado do já citado Tim Bernardes, da belíssima apresentação da Orquestra Ouro Negro em homenagem a Zuza Homem de Mello e do show "O ano de 1973" (com Kiko Dinucci e Juçara Marçal ao lado de Arnaldo Antunes, Giovani Cidreira, Jadsa, Linn da Quebrada e Tulipa Ruiz), Caetano mostrou que os espaços nobres de eventos dominados por artistas internacionais também podem ser ocupados por atrações nacionais.