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Música / Composição

A opinião de Pitty sobre letras de músicas atuais, sobretudo do funk

Cantora destacou que composições machistas “não são normais” e apontou que elas não vêm de agora: “fui adolescente na época do É o Tchan”

Pitty (Reprodução - Instagram/Bruno Fujii)
Pitty (Reprodução - Instagram/Bruno Fujii)

Desde o início de sua carreira, Pitty se apresentou como uma letrista de mão cheia. Não à toa, muitas de suas composições, como “Máscara” e “Admirável Chip Novo”, seguem fazendo sentido tanto tempo depois.

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Naturalmente, como muitos fãs, ela também enxerga alguns problemas nas letras de algumas canções de sucesso da atualidade. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a artista comentou que certas composições, especialmente aquelas com abordagem machista, não são normais. Deixou claro, ainda, que isso não é algo exclusivo da contemporaneidade.

“Isso não é normal. E não é de agora. Sempre existiram letras sexistas e machistas. Não posso esquecer que fui adolescente na época da Tiazinha, da ‘Banheira do Gugu’ e do É o Tchan. Até por isso, eu quis trazer outra visão de mulher. Quis oferecer para outras adolescentes como eu outras possibilidades de mulheridade.”
Pitty (Reprodução - Instagram/Bruno Fujii)
Pitty (Reprodução - Instagram/Bruno Fujii)

Ainda em sua declaração, Pitty apontou que não corrobora com letras machistas. No entanto, deixou claro que gêneros mais populares na atualidade, como funk e rap, também discutem outras temáticas em suas músicas.

“Não corroborarei e não corroboro com letras machistas. Elas não cabiam antes e cabem menos agora. Fora isso, dentro do funk, do rap e do trap, tem coisas muito interessantes.”

Funkeira com mensagem de afirmação

Na sequência, o repórter do Estadão, Danilo Casaletti, apontou uma cantora do funk que traz letras de afirmação: MC Carol. Curiosamente, ela participa de Admirável Chip Novo (Re)Ativado, álbum em que outros artistas regravam canções de Admirável Chip Novo, primeiro disco de Pitty, buscando diferentes abordagens. A própria Pitty refletiu sobre a colega:

“Mesmo dentro de estilos diferentes, a gente identifica a mensagem. Cada um se expressa de uma maneira. Essa é a dela. Nem todo mundo cresceu com acesso à mesma linguagem. Novamente, o que importa é o conteúdo, não a forma. A MC Carol tem putaria na obra dela. Mas também, fora de uma mulher padrão, ela fala sobre empoderamento. E, se afirmar fora de um corpo de uma mulher padrão, é muito mais complicado. E isso me interessa muito.”
Pitty (Reprodução - Instagram/Bruno Fujii)
Pitty (Reprodução - Instagram/Bruno Fujii)

Pitty, rap e rock

Outro gênero citado por Pitty, o rap tem, em sua opinião, “muito a ver” com o rock. E está mais popular hoje em comparação ao gênero que a consagrou por uma série de fatores.

“O rap e o rock têm muito a ver. Falo isso desde os anos 1990. É uma música de rua, de transgressão, de recolocação no mundo. Eles dialogam. Essa geração mais nova, por questão estética, se identifica muito mais com o rap, o trap e o funk. E há a questão da acessibilidade. Basta ter um software para fazer sua música. Para ter banda de rock, é preciso ensaiar, ter os instrumentos, alugar estúdio. Quando a tecnologia permitiu fazer música de dentro de um quarto, a possibilidade de se expressar se popularizou.”