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Sinédoque, Nova York

Redação Publicado em 06/04/2009, às 21h35 - Atualizado em 08/04/2009, às 09h59

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Nem a atriz Samantha Morton e nem o ator hilip Seymor Hoffman salvam as intrincadas tramas de Sinédoque,
Nova York
Nem a atriz Samantha Morton e nem o ator hilip Seymor Hoffman salvam as intrincadas tramas de Sinédoque, Nova York

Charlie Kaufman

Philip Seymour Hoffman, Catherine Keener

Roteirista tenta a sorte como diretor e fracassa em obra desigual e indigesta

Charlie Kaufman, roteirista de Quero Ser John Malkovich (1999) e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004), tem um dedo no experimentalismo. Então por que não aplicar essas idiossincrasias em sua primeira missão por trás das câmeras? Philip Seymour Hoff man, o Jack Black da turma CDF, vive um diretor teatral chamado Caden Cotard. Abandonado pela esposa e fi lha, ele vê sua saúde ir rapidamente para o brejo. Em meio a muitas lamúrias e autocomiseração, tenta montar uma peça autobiográfica que não chega a lugar nenhum. Usando metáforas, surrealismo,

personagens duplos e dispensando noções convencionais de tempo e espaço, Kaufman ambiciona algo grandioso como

radiografar a miséria humana, sua futilidade e falta de amor. Mas o resultado é confuso e indigesto, um misto de humor

negro com matizes desbotadas e drama existencialista que joga fora o talento de ótimos atores encarnando personagens

antipáticos e pelos quais ninguém vai se interessar. Tente outra vez, Charlie. Ou não.

Paulo Cavalcanti