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Cinema / Aniversário

Anna Muylaert: cinco filmes para conhecer diretora por trás de 'Que Horas Ela Volta?'

Para comemorar os 60 anos de Anna Muylaert, os roteiristas Flávio Ermírio e Veronica Debom selecionaram cinco filmes para conhecer o trabalho da diretora

Anna Muylaert (Foto: Larry Busacca/Getty Images) | Pôster de 'Que Horas Ela Volta?' (Foto: Divulgação)
Anna Muylaert (Foto: Larry Busacca/Getty Images) | Pôster de 'Que Horas Ela Volta?' (Foto: Divulgação)

Anna Muylaert, produtora, diretora e roteirista de cinema, completou 60 anos no último domingo, 21. Em comemoração ao aniversário da cineasta por trás de Que Horas Ela Volta? (2015), Flávio Ermírio e Veronica Debom selecionaram filmes para conhecer o trabalho de Muylaert

Provocado pela vontade e amor pela literatura e cinema, Flávio encontrou a possibilidade de conciliar ambas as influências na dramaturgia, principalmente na criação de roteiros para teatros. Em 2021, dirigiu A Casa da Árvore, longa-metragem exibido e premiado em diversos festivais internacionais.

Ele indicou três filmes da filmografia da diretora: "Anna dirigiu 5 longas de ficção, um melhor do que o outro, mas pelo menos três são fundamentais para conhecer seu trabalho", disse em comentário exclusivo enviado à Rolling Stone Brasil.

Comece por Que Horas Ela Volta?, sua obra-prima e filme de maior sucesso internacional até agora. Com uma atuação brilhante de Regina Casé, premiada em Sundance como Melhor Atriz, é a melhor forma de começar a entender seu universo.
Depois, vá para É Proibido Fumar — mais uma vez com uma atuação brilhante de sua protagonista, neste caso Glória Pires, e uma história sobre vícios, obsessões e amor.
Por último, descubra onde tudo começou: Durval Discos. É em seu primeiro longa-metragem que Anna Muylaert estabelece as bases de seu estilo — uma combinação inigualável de humor, crítica social, musicalidade e performances inesquecíveis. Impossível não se apaixonar pelo cinema de Anna Muylaert.

Veronica Debom é atriz, roteirista e dramaturga. Despontou na cena teatral carioca com a peça O Abacaxi — que, em 2022, virou um livro homônimo — e foi indicada ao Emmy pela produção Diário de um Confinado, da Globo. Foi a primeira roteirista a adentrar o filme Minha Irmã e Eu, protagonizado por Ingrid Guimarães e Tatá Werneck, no qual também participa como atriz. Debom estrela ainda o novo filme de Muylaert, O Clube das Mulheres de Negócios.

"Esse não tem como você ter assistido porque ainda não saiu. É pegadinha aqui na lista de aniversário, admito. Mas tive o prazer de estar presente nas filmagens e já adianto que você não vai querer perder quando lançar!", afirmou a atriz. "O canhão da artista agora se volta para o patriarcado. Imagina se Fellini fosse uma mulher brasileira. A farofa de personagens fantásticos temperada com críticas acidas e uma pitada de sadismo terá, eu tenho certeza, um sabor inesquecível. Ansiosa para essa estreia."

Assim como Flávio, Veronica indica Durval Discos (2002) e Que Horas Ela Volta?:

A inteligência da Anna em nos pegar de surpresa e virar a trama de cabeça para baixo a qualquer momento fica muito evidente em Durval Discos. Um filme nostálgico sobre como é difícil a passagem do tempo. Dá para rir, chorar, se identificar, ficar aterrorizado e encantado, tudo ao mesmo tempo. Metáforas lindas com um roteiro rock and roll mostram a identidade disruptiva dessa cineasta.
Um dos maiores clássicos do cinema brasileiro. Que Horas Ela Volta? é um raio-x perfeito da hipocrisia da nossa sociedade escravocrata. É a história de todo brasileiro (duvido que haja alguém no país que não se identifique ou não reconheça aquelas personagens). É um tapa na cara e uma aula de cidadania sem pinta de filme educativo. Em Que Horas Ela Volta?, Anna segue usando seu estilo-assinatura: personagens familiares para o público desenhando metáforas poderosas. Mas nesse ela usa essa estrutura para fazer uma crítica social cirúrgica. Se você ainda não assistiu, você está errado.

Veronica adicionou ainda Mãe Só Há Uma (2016):

Inspirado em uma história real, é fascinante assistir à imaginação da Anna sobre o que acontecia porta adentro no esdrúxulo caso do menino Pedrinho. O garoto foi sequestrado criança e quando a família finalmente o encontra já rapaz, ele não quer voltar para casa. A família biológica para ele é formada por desconhecidos, o afeto dele é direcionado à sequestradora que foi sua mãe por tantos anos. Ler a notícia de jornal sobre o caso já é fascinante. A tese sobre família que a Anna constrói em cima disso é imperdível.