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Aproveitando as Oportunidades

Terno Rei prepara o segundo disco da carreira e segue crescendo, mesmo produzindo um som que é pouco comum no Brasil

Lucas Brêda Publicado em 23/10/2016, às 16h16 - Atualizado às 16h31

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Gregui Vinha, Ale Sater, Luis Cardoso, Bruno Rodrigues e Victor Souza, do Terno Rei - Clibas Pacheco
Gregui Vinha, Ale Sater, Luis Cardoso, Bruno Rodrigues e Victor Souza, do Terno Rei - Clibas Pacheco

Dois mil e catorze pode não ter sido o primeiro, mas deve ser considerado o ano de surgimento do Terno Rei. Foi quando saiu Vigilia, disco de estreia da banda, que captura elementos de space rock e dream pop, soando como se o Slowdive fosse composto por jovens de 20 e tantos anos e tivesse nascido na São Paulo do século 21. “No primeiro álbum, estávamos numa vibe bem ‘lenta’”, conta Ale Sater, vocalista e baixista do grupo, citando as bandas Warpaint e Low e o cantor Kurt Vile, além do shoegaze, de maneira geral, como influências iniciais do quinteto.

Lançado pelo selo independente Balaclava, Vigilia até foi bem recebido pela crítica, mas não chegou a alavancar a carreira do Terno Rei. Os anos seguintes, contudo, foram decisivos: a banda tocou no respeitado festival Primavera Sound, em Barcelona, em 2015, foi selecionada para gravar um EP em ação da Converse Rubber Tracks e participou de uma campanha da Peugeot para promover um modelo de carro (um vídeo do Facebook em que Sater é entrevistado no veículo já passa das 10 milhões de visualizações).

Ainda que não tenha tornado o grupo um sucesso, a exposição abriu caminhos interessantes para o Terno Rei. “Essas coisas de concurso nunca dão certo, mas esse da Converse rolou”, conta Sater, cujo pai é primo do famoso cantor e ator Almir Sater. “Gravamos o EP em um estúdio bacana e aquilo acabou sendo uma ponte.” A “cagada” foi tanta, brinca Sater, que quando foram registrar Trem Leva Minhas Pernas – que saiu em 2015, com duas faixas – os integrantes sequer tinham composto novas faixas. “Fizemos dois ensaios e escolhemos duas músicas. E o resultado ficou bem legal.”

Dali veio o segundo disco do Terno Rei, ainda sem título, com lançamento previsto para este mês. “Achamos uma sonoridade que já era um pouco diferente da do Vigilia, mas que tinha ainda mais a ver com a gente”, explica o vocalista. “Além disso, ficamos mais velhos, né? A gente se conheceu mais, ficamos muito amigos. E, nesse disco, teve muito mais composições que vieram do resto do pessoal. Eles participaram bastante.”

Apesar de Sater chamar o novo álbum de “mais animadinho”, o trabalho ainda carrega a melancolia íntima e a frieza desoladora que já moldam a personalidade do Terno Rei. “Sinto que existe um limite, sim, é um público limitado”, confessa Sater, lamentando as possibilidades de crescimento da banda, uma das poucas com esse estilo de som a sobressair no país. “Tento não pensar muito nisso e gostaria que não houvesse isso. E acho que também deve ter alguém que procura: ‘Olha, é uma banda de dream pop no Brasil, que interessante! Vou ouvir”.

Abaixo, veja o clipe de “Criança” e ouça o single "Sinais", do Terno Rei.