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O vocalista do Vanguart, Hélio Flanders, explica as mudanças da banda

Lucas Reginato Publicado em 27/09/2013, às 12h36 - Atualizado às 12h37

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<b>LEVE</b> Flanders está menos sofredor no novo disco - Divulgação
<b>LEVE</b> Flanders está menos sofredor no novo disco - Divulgação

A missão do Vanguart no terceiro disco era “parar de chorar”, como afirma o cantor Hélio Flanders. E não foi tão fácil. O vocalista revela como mudou de postura para compor as canções de Muito Mais Que o Amor e divaga sobre por que é difícil ficar de bem com a vida.

Qual a dificuldade em fazer um disco mais alegre?

Cantar aquela melancolia, aquela coisa reflexiva profunda, era uma zona de conforto. Tivemos de ir a lugares a que não havíamos ido. Você tem de se esforçar mais, até passar por cima de algumas coisas, de alguns vícios de linguagem. É difícil falar de amor e de felicidade sem soar tolo. Foi um esforço consciente para que as canções fossem mais leves, no bom sentido.

Onde você buscou a inspiração para fazer essas canções mais leves?

No lado bom das coisas. O lado escuro da vida já era nosso tema desde que me conheço por compositor. Comecei a olhar as coisas de outro jeito, inevitavelmente acordei mais cedo, me livrei de vícios. Não que você precise fazer isso para escrever sobre o que é bonito, o que é positivo, mas para mim teve a ver com uma nova experiência de vida.

Seria este disco também mais pop que os anteriores do Vanguart?

Em nenhum momento a gente quis fazer um disco pop, mas um que fosse natural para nós. Eu estava no estúdio e me caiu a ficha: caramba, é o disco mais pop que a gente já fez. Por quê? Eu acho que é porque a gente está falando de coisas alegres. Sem culpa, não tenho que me envergonhar de ficar feliz.

Este disco também teve um envolvimento maior dos outros integrantes no processo de gravação. Como foi essa experiência?

A cada disco o processo fica mais coletivo. Este já tem três canções que assinamos os cinco, porque por mais que sejam canções com harmonia do Reginaldo [Lincoln, baixista] e letra minha, elas foram criadas no estúdio. Achamos justo colocar o nome de todo mundo, que além dos arranjos contribuiu também para as composições.

Vocês sentem que o momento atual é mais favorável para o folk do que quando começaram??A última referência do folk que a gente tinha quando começou era Blonde on Blonde [Bob Dylan, de 1966], Nick Drake, era uma linguagem morta. Depois o folk virou “cool”. Eu me lembro: quando eu comecei, a única referência mais recente era um disco do Wilco, chamado Being There. É curioso – a gente tocava com 50 bandas e só a gente tinha violão, a galera tinha medo de levar garrafa na cabeça porque não era rock.