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Canções Felizes: Beck promove explosão eufórica de pop experimental em Colors

Depois de anos de atraso e agora mais solar, o cantor e compositor enfim chega ao sucessor de Morning Phase (2014), que rendeu a ele um polêmico Grammy de Álbum do Ano

Andy Greene Publicado em 24/10/2017, às 06h06

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O cantor deixou de lado a melancolia: Colors é animado, refletindo a felicidade do músico ao lado da esposa e dos filhos


 - Lauren Dukoff
O cantor deixou de lado a melancolia: Colors é animado, refletindo a felicidade do músico ao lado da esposa e dos filhos - Lauren Dukoff

A última vez que o grande público viu Beck foi no final do Grammy de 2015, quando Prince deu a ele o prêmio de Álbum do Ano por Morning Phase (2014). Antes que o artista pudesse abrir a boca para expressar seu choque, Kanye West subiu ao palco rapidamente para protestar pela perda de Beyoncé. “Algumas coisas malucas já aconteceram na minha vida”, Beck diz hoje, “mas essa, com certeza, foi a mais louca”.

Poucas pessoas sabiam, mas na época ele já estava trabalhando fazia dois anos no disco sucessor, Colors (2017), uma explosão eufórica de pop experimental que elaborou com o produtor Greg Kurstin, mais conhecido por seu trabalho com Adele, Kelly Clarkson e Sia. Colors finalmente saiu em outubro, depois de um dos mais longos períodos de gestação de sua carreira.

“Acho que o disco poderia ter saído há um ou dois anos”, diz Beck, sentado em uma sala de reuniões de um hotel moderno no centro de Nova York. “Só que são músicas complexas que tentam fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo. Não é retrô nem moderno. Fazer tudo se encaixar direitinho e não soar como uma bagunça enorme foi uma tremenda empreitada.”

Kurstin se tornou um dos produtores mais requisitados da indústria nos últimos anos (enquanto trabalhava em Colors, alternava com álbuns de Halsey e Foo Fighters, além de trilhas sonoras de filmes), mas começou como tecladista de Beck na turnê de Sea Change, em 2002, e ficou feliz em se reunir com o velho amigo. Eles gravaram no estúdio da casa do produtor em Los Angeles, tocando quase todos os instrumentos.

“Entre nós dois, podemos tocar tudo e não temos de passar pelo filtro de outras pessoas”, afirma Beck. A carga intensa de trabalho de Kurstin os forçou a trabalhar do jeito mais eficiente possível: “Foi quase como nos anos 1960, quando você tinha um bloco [de gravação] de manhã e um à tarde”, Beck acrescenta.

Diferentemente do meditativo e basicamente acústico Morning Phase, Colors é incansavelmente animado, refletindo a felicidade de Beck com a esposa, Marissa Ribisi (irmã gêmea do ator Giovanni Ribisi), e os dois filhos pequenos. “As melhores músicas te deixam feliz em estar vivo”, afirma.

Durante os meses que se seguiram ao trabalho no estúdio, Beck fez o máximo de turnês que pôde. Em setembro, ele abriu para o U2 em alguns shows nos Estados Unidos. Não viu problema em tocar para um público provavelmente não familiarizado com a maior parte de seu trabalho fora de sucessos dos anos 1990, como “Loser” e “Devil’s Haircut”.

“Já fiz muitos shows de abertura em que você só toca para cadeiras vazias. Não dá para levar para o lado pessoal”, diz. Prêmio de Álbum do Ano à parte, Beck geralmente tem se sentido à vontade em viver um pouco fora do mainstream. “Sempre fiz o que quis. Sinto que cada vez mais tenho uma espécie de passaporte aberto para entrar e sair, me mantendo longe do olho do furacão. É interessante.”