Rolling Stone
Busca
Facebook Rolling StoneTwitter Rolling StoneInstagram Rolling StoneSpotify Rolling StoneYoutube Rolling StoneTiktok Rolling Stone

Robert Plant, do Led Zeppelin, faz 70 anos

O ex-vocalista da icônica banda continua na ativa e, apesar de ele mesmo ser um grande ídolo, continua fanático pelo herói dele, Elvis Presley

Paulo Cavalcanti Publicado em 20/08/2018, às 13h11 - Atualizado às 17h56

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Músico Robert Plant completou 70 anos - Divulgação
Músico Robert Plant completou 70 anos - Divulgação

Robert Plant é um artista que soube envelhecer muito bem dentro do panorama do rock clássico. Na década de 1970, quando estava à frente do Led Zeppelin, na época a maior banda de rock do planeta, o jovem Plant era o arquétipo do astro do gênero. Ostentando cabelos loiros, longos e cacheados, com o peito de fora, pose de Deus grego e com um vocal agudo, feroz e singular, Plant tornou-se um símbolo sexual e foi imitado por uma legião de outros intérpretes. Com o passar das décadas, ele se reinventou, mudando a postura e transitando de forma inventiva por diferentes caminhos musicais.

Robert Plant sobre possível biografia: “O que guardo na minha cabeça não tem preço”

Robert Anthony Plant, nascido no dia 20 de agosto de 1948, em West Bromwich, Staffordshire, Inglaterra, era um jovem hippie que adorava bandas californianas como o Love e o Buffalo Springfield. Ele cantava em grupos como Listen e Band of Joy e gravou alguns singles solo que não chegaram a lugar algum. Ele era muito interessado na contracultura, mas também era fã de blues. Naturalmente este foi um dos motivos que levaram Jimmy Page a cogitá-lo para integrar seu novo projeto. Quando Page ouviu o incrível alcance vocal do rapaz, ele o contratou imediatamente para o New Yardbirds, banda que acabou se transmutando no Led Zeppelin. A história de Plant dentro do Zeppelin é bem conhecida – aquele foi um período de enorme sucesso e popularidade para ele, mas também de tragédia pessoal. Em 1975, Plant sofreu um grave acidente automobilístico enquanto estava de férias na Grécia. Foram dois anos até que se recuperasse plenamente. Na sequência, ficou muito abalado com a morte do filho Karac, em 1977.

Quando a banda acabou oficialmente, em 1980, após a trágica morte do baterista John Bonham, Plant, correu atrás de uma carreira solo. Ele deixou para trás o jeitão lascivo e imponente e voltou mais sóbrio no palco, usando roupas mais discretas. Na época do Led Zeppelin, Jimmy Page, como líder, diretor musical e principal compositor, impunha suas ideias e Plant nem sempre tinha o espaço que desejava. Agora, ele tinha condições de fazer tudo de seu próprio jeito.

Foi somente dois anos após o fim da banda que ele lançou o primeiro álbum solo. Pictures at Eleven saiu em junho de 1982 e, de certa forma, fincou as bases para tudo o que Plant faria depois. A crítica concordou que o álbum era bem produzido, com alguns momentos interessantes e outros menos inspirados. No ano seguinte, veio The Principle of Moments, que em muitos aspectos lembrava bastante o álbum anterior.

Em 1984, Plant finalmente realizou a ambição de homenagear seu herói, Elvis Presley, no projeto The Honeydrippers. Assim, foi lançado um EP chamado The Honeydrippers: Volume One, constituído por rocks e baladas no estilo do que era feito nos anos 1950 e começo dos anos 1960. O suntuoso cover de “Sea of Love”, original de Phil Philips, foi um hit mundial.

Robert Plant e Jimmy Page permaneceram amigos e às vezes o guitarrista colaborava nos projetos do cantor. Em dois momentos, eles resolveram reviver a mística e o som do Led. Em 1994, lançaram No Quarter: Jimmy Page and Robert Plant Unledded, projeto acústico para a MTV no qual abordaram de forma bem peculiar um pouco do repertório do Led Zeppelin. Saíram em turnê com grande sucesso e estiveram também no Brasil. A dupla voltou à carga em 1998 com Walking into Clarksdale, disco de estúdio com canções inéditas.

Com o passar dos anos, a world music, os sons marroquinos e a sutileza da música celta tornaram-se a nova linguagem sonora de Robert Plant. Em 2007, ele se juntou à cantora e musicista norte-americana Alison Krauss. Ela é um dos grandes nomes do bluegrass, um dos formatos musicais mais tradicionais dos Estados Unidos. O álbum resultante da colaboração, Raising Sand, ganhou elogios e também se tornou popular.

Em setembro, serão comemorados os 50 anos da formação do Led Zeppelin. Existem especulações de que Plant poderia se juntar a Jimmy Page, ao baixista John Paul Jones e a Jason, filho do falecido baterista John Bonham, para uma turnê que celebre a data em grande estilo. Mas a possibilidade de isso acontecer é bastante remota, já que Plant não têm interesse em reviver aquele período da carreira e sabe muito bem que sua voz, agora com tons mais graves, já não conseguiria segurar tão bem o repertório de sua antiga banda.

Ao chegar aos 70 anos, Robert Plant segue como referência. Josh Kiszka, vocalista do Greta Van Fleet, banda que faz um som vintage na cola do Led Zeppelin, que o diga. Ele estudou cuidadosamente o estilo de Plant e o mestre até se manifestou: “Tem uma banda em Detroit chamada Greta Van Fleet. Eles até soam com o Led Zeppelin! E o cantor, bem, ele é um sujeito bem jovem que baseou o estilo dele em alguém que eu conheço muito bem”, brincou em certa ocasião. Depois, revirou os olhos e disse de maneira sarcástica: “O vocalista falou que baseou todo o estilo dele no... Aerosmith!”