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Gibson, icônica marca de guitarras, declara falência

Companhia vai voltar a focar exclusivamente na fabricação de instrumentos musicais, abrindo mão dos serviços de áudio e home entertainment

Rolling Stone EUA Publicado em 02/05/2018, às 13h24 - Atualizado às 14h00

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Galeria - Keith Richards - abre - Charles Sykes/AP
Galeria - Keith Richards - abre - Charles Sykes/AP

Aqueles que temem a morte do rock and roll não ficarão felizes ao saber que a empresa Gibson Brands Inc, fabricante de algumas das guitarras elétricas e acústicas mais históricas do mundo, declarou falência.

Com sede em Nashville, nos Estados Unidos, a empresa anunciou a falência na última terça-feira, 1º, e disse estar “trabalhando em reorientação, reorganização e reestruturação” – isto é, tentando encontrar uma saída para as dívidas – ao eliminar alguns dos negócios paralelos e concentrando esforços na missão original de vender apenas instrumentos musicais.

“Tivemos avanços substanciais ao longo dos últimos 12 meses, foi uma reestruturação operacional. Vendemos as marcas que não são essenciais, aumentamos os lucros e reduzimos a demanda de capital de giro”, disse o CEO da Gibson, Henry Juszkiewicz, em comunicado.

Essas “marcas não essenciais” incluem uma empresa de produtos caseiros de áudio que a Gibson adquiriu por US$ 135 milhões da Phillips em 2014, como tentativa de ampliar a presença da companhia entre os fãs de música. De acordo com uma declaração da consultoria administrativa contratada pela Gibson, essa divisão de produtos de áudio da fabricante de guitarras estava “presa em um ciclo-vicioso no qual não tinha liquidez para comprar estoques e impulsionar as vendas”. A Gibson continuará a operar durante esse período de reorientação pós-declaração de falência graças aos acordos que fez com os acionistas.

Os acontecimentos já eram esperados para a icônica companhia de guitarra, já que sua arrecadação anual caiu quase meio bilhão nos últimos três anos. A empresa tem débitos entre US$ 100 milhões e US$ 500 milhões e deve dinheiro a pelos menos outras 26 companhias, incluindo fornecedores. Regulações nas importações de madeira nos Estados Unidos dificultaram o negócio nos últimos anos, assim como uma queda nas vendas de guitarras e violões em geral (a Fender também está endividada e a varejista norte-americana líder no ramo de instrumentos, a Guitar Center, está por um fio).

Mas nem tudo são más notícias. A Gibson – que também é dona e faz instrumentos musicais sob outros nomes, como Epiphone, Kramer, Steinberger, Dobro e Baldwin – ainda é uma gigante em sua fatia da indústria e o foco renovado da companhia em instrumentos pode permitir a ela explorar novas maneiras de ser novamente interessante para os fãs de música.

“O nome da Gibson é sinônimo de qualidade e as ações de hoje vão permitir com que gerações futuras tenham a experiência de sonoridade, design e técnica artesanal inigualável que nossos empregados colocam em cada produto Gibson”, disse Juszkiewicz. Quantas futuras gerações estarão interessadas em aprender a tocar um instrumento, contudo, é uma outra questão.