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Brian Johnson, do AC/DC, relembra Malcolm Young: “Ele nos ensinou o significado de estar em uma banda”

Vocalista tocou 35 anos ao lado do guitarrista e cofundador do grupo, que morreu no último dia 18 de novembro

Rolling Stone EUA Publicado em 22/11/2017, às 15h25 - Atualizado às 15h41

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Brian Johnson e Malcolm Young - AP
Brian Johnson e Malcolm Young - AP

Em uma entrevista recente à Rolling Stone EUA, Brian Johnson relembrou o amigo e colega de banda Malcolm Young, com quem passou 35 anos tocando no AC/DC. O guitarrista e cofundador da banda morreu no último dia 18 de novembro, aos 64 anos, por complicações da demência que portava.

“Malcolm catalisava forças. Foi ele quem chegou para o Angus [Young] e disse ‘enlouqueça com a guitarra’. Foi ele quem ensinou a todos nós o significado de estar em uma banda”, afirmou. “Ele prestava atenção em tudo. No palco, estava sempre observando e se certificando que nada sairia errado.”

Malcolm Young: assista à última performance dele ao lado do AC/DC

Entre as lembranças revividas, uma das mais fortes é a memória sobre a criação da clássica “You Shook Me All Night Long”. Johnson estava há pouco tempo na banda quando eles foram para as Bahamas gravar Back in Black (1980), e Young o abordou apenas com o título da música. “Eu perguntei se ele já tinha um nome, e ele disse que era ‘You Shook Me All Night Long’. Eu respondi: ‘essa porra é enorme’, e Young falou: ‘amigo, leve o tempo que precisar. Nós vamos ficar o dia todo trabalhando para conseguir algumas músicas’.”

“E ele era assim”, continuou. “Nunca diria: ‘me dê alguns versos até amanhã’. Ele falaria: ‘sente-se e veja o que consegue fazer’. Por sorte, consegui escrever uma música inteira. Ele não é o tipo de cara que eu gostaria de decepcionar, afinal era quem tinha me escolhido para a banda.”

O vocalista mostrou uma admiração infinita por Young, ao dizer que ele andava “de mãos dadas com o rock and roll”. “As pessoas sempre perguntavam como ele conseguia aquele som, e ele simplesmente não respondia ou não conseguia explicar como fazia. Em “Let There Be Rock”, eu normalmente ficava ao lado dele o assistindo tocar. E ele fazia solos de guitarra como mais ninguém.”

Sobre as recentes homenagens para Young, Johnson opinou que ele ficaria “surpreso”. “Ele não pensava sobre si próprio dessa maneira, que era ótimo ou algo assim. Eu aprendi o que era espírito de equipe com o Malcolm. Você é apenas uma engrenagem em uma máquina. Se trabalharmos juntos, conseguiremos coisas incríveis. E funcionava assim. Mal não está mais aqui, mas se eu tiver um problema, vou parar e pensar: ‘o que Mal faria?’. Ele sempre parecia fazer a escolha certa.”