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Música digital “abre espaço para um monte de lixo, mas também para sons inéditos”, diz Bonobo

Produtor indicado ao Grammy toca pela primeira vez com banda em São Paulo nesta sexta, 16, em noite com apresentações de Rincon Sapiência e DJ Tamenpi

Lucas Brêda Publicado em 16/03/2018, às 16h43 - Atualizado às 16h49

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O produtor e DJ britânico Bonobo (Simon Green) - Neil Krug/Divulgação
O produtor e DJ britânico Bonobo (Simon Green) - Neil Krug/Divulgação

Se você encontrou algum britânico curioso em uma loja de discos em São Paulo nos últimos dias, muito provavelmente se tratava de Simon Green. O cérebro por trás do Bonobo, projeto com o qual ele se apresenta na cidade nesta sexta, 16, no Audio, aproveitou a passagem pela maior cidade do Brasil para adquirir vinis que poderão acabar sampleados em alguma música nova no futuro. “Com certeza, estou passando em algumas lojas e indo atrás de discos por aqui”, ele conta, em entrevista por telefone à Rolling Stone Brasil. “Não só eu, como meus companheiros de banda.”

Os LPs, contudo, não são a única fonte de pesquisa musical do produtor inglês, que busca em lojas online, no YouTube e principalmente no Bandcamp por novos sons e inspirações. No disco Migration, último projeto do Bonobo, lançado em 2017, contudo, Green tem dado continuidade ao trabalho de composições originais, com maior inserção de instrumentos orgânicos – em vez de arranjos baseados em samples. “No começo, eu tinha aprendido muita coisa como produtor de hip-hop, e depois que eu fui passar mais tempo em estúdios e me interessar mais pelo lado da composição”, ele confirma. “Era muito mais relacionado a samples e drum machines. E isso mudou.”

Migration, sexto disco do Bonobo, foi bem recebido por público e crítica, angariando uma indicação ao mais recente Grammy na categoria Melhor Álbum de Dance/Eletrônica, e tendo o single “Bambro Koyo Ganda” (com participação de Innov Gnawa) concorrendo a Melhor Música de Dance. Apesar de ter dado início à carreira na virada do século, Green cravou de vez seu nome no meio da música eletrônica com o disco The North Borders, de 2013, quando foi mais a fundo na estética desacelerada em torno da qual Migration é ambientado.

“Ah, acho que eu também não tinha a capacidade e nem equipamentos”, diz o Bonobo, que começou produzindo músicas de hip-hop, sobre os primeiros trabalhos dele. “Não tinha como pagar microfones e nem estúdios. Foi um lance de descobrir como fazer as coisas e ir ficando mais ambicioso a cada disco”. Green também acredita que o processo de “digitalização” da música “mudou tudo” e acabou facilitando as coisas – não apenas para ele. “Faço música em qualquer canto, em vans, ônibus, hotéis”, diz. “Antes as coisas eram inacessíveis e agora todo mundo pode fazer música. E isso acaba abrindo espaço para um monte de lixo, mas também para um monte de gente que está criando sons que nunca ouvimos anteriormente.”

Simon Green já esteve em São Paulo tocando como DJ, mas no show desta sexta, 16, no Audio (com abertura do requisitado rapper Rincon Sapiência e do DJ Tamenpi), ele traz a banda (e a cantora Szjerdene, com quem divide os vocais) pela primeira vez ao país. “Ao vivo é mais a minha música mesmo, quando estou como DJ rolam outras coisas”, explica. “O show somos nós reproduzindo as músicas dos discos que eu fiz. Os álbuns sou eu quem faço, sozinho. Com a banda, eu tenho outras pessoas me ajudando a dar vida às coisas gravadas.”

Bonobo em São Paulo

16 de março (sexta-feira), 22h

Audio | Av. Francisco Matarazzo, 694 – Barra Funda – São Paulo (SP)

Ingressos: R$ 160 (terceiro lote, há meia-entrada) aqui