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Bananada 2017: BaianaSystem causa euforia no primeiro dos três dias principais de festival; veja como foi

Veja nossa lista com os cinco melhores shows na sexta-feira, 12, no evento que acontece em Goiânia e também teve Céu e Akua Naru

Lucas Brêda, de Goiânia Publicado em 13/05/2017, às 16h14 - Atualizado às 19h01

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Bananada 2017 - sexta-feira - Mídia Ninja/Divulgação
Bananada 2017 - sexta-feira - Mídia Ninja/Divulgação

Desde a última segunda, 8, Goiânia tem sido a capital da nova música brasileira. A 19ª edição do festival Bananada ocupou diversas casas de shows e teatros espalhados pela cidade até a última quinta, 11, quando chegou ao espaçoso Centro Cultural Oscar Niemeyer, reunindo atrações locais em uma espécie de "aquecimento" para os três dias principais de shows.

Entre sexta, 12, e domingo, 14, o Bananada preenche quatro palcos (que viram cinco, já que um deles passa a ser tenda eletrônica na madrugada) com uma amostra do que há de mais relevante sendo feito na música brasileira contemporânea. Da vastamente reconhecia Céu, que vive o melhor momento da carreira, até a recém-inaugurada carreira solo de Mano Brown, há espaço para o rap de Karol Conka, o funk/soul de Liniker e os Caramelows, a MPB de Maria Gadú e o samba-reggae explosivo do Baianasystem.

Em termos práticos, basta pegar as mais recentes listas de melhores do ano da Rolling Stone Brasil (ou qualquer outro veículo compromissado com a nova música no país) para entender por que alguns dos artistas estão escalados no festival, independente de terem carreira consolidada ou carregarem multidões aonde vão. Neste sentido, o Bananada ganha cada vez mais dimensão sem se entregar à prática mais comum nas montagens de line-up dos grandes festivais brasileiros (do João Rock, em Ribeirão Preto, ao Rock in Rio): apostar nos mesmos veteranos consagrados para os espaço de headliner.

Fugir do caminho mais confortável, contudo, não significa ignorar os grandes nomes do passado. Em anos recentes, o Bananada levou ícones máximos da música nacional a Goiânia, como Jorge Ben e Caetano Veloso. Este ano, outro tropicalista ocupa a posição, Os Mutantes. Nos casos citados, ainda é possível entender as escalações: todos eles funcionam como espécie de "padrinhos", influentes que são para quase todo os nomes posicionados abaixo deles no line-up.

O Bananada também se mantém fiel aos conceitos que o consolidaram em um primeiro momento. A música independente e underground é contemplada nos “miolos” do line-up e, especialmente, durante a semana, que contou com elogiados shows de nomes emergentes, como o My Magical Glowing Lens e o rapper Síntese, além das novidades locais Brvnks e Peixefante, entre muitos outros.

Houve até um show conjunto inédito entre o trio carioca Ventre e o quarteto paulistano instrumental E a Terra Nunca me Pareceu Tão Distante. O Boogarins, espécie de herói da cena local, amarrou os quatro primeiros dias ao fechar o “pré-fim de semana”, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, com um show costumeiramente instigante – que teve até a pouca tocada “Doce”, uma das favoritas dos fãs, no setlist – para uma plateia preenchida na quinta, 11.

A sexta-feira de Bananada 2017

O primeiro dia do fim de semana principal apresentou ao público a estrutura do evento em 2017. São quatro palcos, sendo dois grandes – o Skol e o Chilli Beans – e dois de menor porte – o Spotify e o Slap –, além de uma charmosa pista de skate, praça de alimentação (é necessário cerca de R$ 20 para se alimentar tranquilamente), lojinha, áreas de passatempo e um bar amplo que praticamente não gerou filas na sexta, 12 (uma latinha de 269 ml de Skol custa R$ 5). Os banheiros, apesar de relativamente distantes da maioria dos palcos, possuem privadas, pias e até espelhos, em uma formatação consideravelmente mais confortável que os usuais banheiros químicos, constante na maioria dos festivais brasileiros.

Nas primeiras horas, o público demorou a chegar, resultado de sexta ser um dia útil, resultando em um atraso de 35 a 40 minutos em todas as apresentações. O Branda abriu o palco Slap, seguido pelo paulistano Raça no Spotify. O pernambucano Barro enfrentou o formato reduzido de trio – ele revezando entre guitarra e voz, um baixo e uma bateria –, tendo que reproduzir mecanicamente as melodias do disco de estreia (Miocardio, de 2016), e o público esvaziado, mesmo depois das 20h.

O Ventre tocou no Chilli Beans e teve o primeiro show com plateia numerosa, entre escalações pouco coerentes – como o genérico Sinara, com filhos e netos de Gilberto Gil, no palco Skol, depois das 21h –, e sendo seguido por The Baggios, Fioti e Plutão Já Foi Planeta. No Skol, o Scalene seguiu com a turnê do disco Éter (2015) e mais uma vez reuniu um dos públicos mais participativos com performances bastante seguras.

As guitarras de Luziluzia (que reúne integrantes de Boogarins e Carne Doce), E a Terra Nunca me Pareceu Tão Distante (atrapalhado por um baixo sem tanta potência) e Hierofante Púrpura fecharam o palco Spotify, que tem curadoria da tradicional Casa do Mancha, de São Paulo. A sexta ainda contou com Jaloo e os DJs da Selvagem, entre outras atrações, encerrando o palco Slap, que na madrugada vira palco El Club para os sons eletrônicos.

Veja como foram os cinco melhores shows do primeiro dia de Bananada 2017 na galeria de fotos acima

O jornalista viajou à convite da organização do festival