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Uma Temporada no Inferno com os Rolling Stones

Redação Publicado em 10/11/2008, às 19h31

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Divulgação
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Robert Greenfield

Zahar

Living la Vida Junkie

Os bastidores escandalosos do álbum Exile on Main Street, seminal álbum dos Rolling Stones

Lançado em maio de 1972, Exile on Main Street é considerado até hoje um dos grandes momentos dos Rolling Stones. O álbum duplo era uma celebração das raízes musicais da banda, com o blues e canções country abafadas e fantasmagóricas dando o tom. A gravação de Exile começou no rigoroso verão de 1971, numa mansão ao sul da França chamada Villa Nellcote, que anos antes havia sido sede da Gestapo. Foi o auge da dolce vida decadente dos Stones e o momento em que Keith Richards assumiu a persona do junkie-mor do rock and roll. Traficantes faziam parte da paisagem e o clima de devassidão sexual impregnava o ar. Greenfield, ex-editor associado em Londres da Rolling Stone, centra fogo justamente nesses aspectos permissivos. O livro não é exatamente uma análise musical de EOMS. Sobre isso, o autor relata o básico e oferece sua visão pessoal. Mas foi nesse período que as lendas sobre o estilo de vida barra-pesada dos Stones se cristalizaram e o relato saboroso de Greenfi eld entrega de bandeja os detalhes escabrosos.

Entrevista com Robert Greenfield

Como você colheu todos esses detalhes?

É que eu estava lá! Eu fui para entrevistar Keith Richards para a RS, ia ficar uns dois dias, fiquei duas semanas. Mas eu não coloco a narração na primeira pessoa, não sou personagem do livro. Eu tinha 21 anos, fiquei muito impressionado com tudo aquilo e depois corri atrás de todos os personagens para colher mais histórias.

Keith Richards domina as ações em Nellcote...

Hoje em dia, Keith pode parecer uma caricatura, depois dessa imitação do Johnny Depp. Mas eu digo, Keith é um cara real, já era naquela época. Antes ele era menos extrovertido em relação às coisas da banda. Exile é obra do Keith. Ele foi o grande maestro por trás do disco. Não foi por acaso que "Happy", uma das melhores do álbum, se tornou marca registrada de Keith.

Já Mick Jagger, ocasionalmente, parece um pouco distante...

É preciso entender o lado de Mick. Ele é um grande homem de negócios, ele tinha que fazer outras coisas para as engrenagens dos Stones funcionarem. A gravadora deles era algo novo, Jagger estava casado há apenas um mês, ele precisava tomar conta disso tudo. Mas eu me lembro bem dele muitas vezes no piano e no violão ao lado de Keith, discutindo novas idéias.

Você acha Exile o melhor álbum dos Stones?

Ele é um dos, com certeza! É gozado. Como eu falo no livro, teve gente que não entendeu a proposta de Exile na época. Mas, com o passar do tempo, ele se tornou um dos mais vendidos do catálogo dos Stones e vem sendo considerado um dos melhores álbuns não só da banda, mas de toda a história do rock. Foi o clímax de um período de ouro. Eles gravaram, na seqüência, Beggar's Banquet, Let It Bleed, Sticky Finger e Exile on Main Street. Como poderiam superar isto?

Paulo Cavalcanti