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História do Sem Fim

Redação Publicado em 11/12/2008, às 19h58

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Axl Rose finalmente entregou o esperado Chinese Democracy - GEORGE CHIN/DIVULGAÇÃO
Axl Rose finalmente entregou o esperado Chinese Democracy - GEORGE CHIN/DIVULGAÇÃO

Guns N’ Roses

Chinese Democracy

Geffen/Arsenal

História do Sem Fim

Agora, numa loja perto de você, aquele disco que o Axl Rose vem prometendo há quase 15 anos

Mesmo sendo considerado o lançamento mais caro da história, a tão aguardada tour de force de Axl Rose impressiona e decepciona em idênticas proporções. Impressiona, pois tem guitarras a dar com pau: camadas e mais camadas, paredes, trincheiras; um arsenal delas. É também um álbum "moderninho": com dissonâncias e batidas eletrônicas, algo atordoante para os velhos devotados. O problema são as melodias deslavadas e baladas pomposas demais. A faixa-título traz a essência do Axl do novo milênio. Distorção, peso absurdo e algo de Alice Cooper. O final é explosivo e caótico. "Shackler’s Revenge" prioriza scratches e Axl surge em voz irreconhecível. O solo é dissonante e virtuoso, uma mistura de Nine Inch Nails com King Crimson. "Better" é das mais ousadas; tem uma introdução R&B das trevas e bases cavalares no melhor estilo Pantera. "Street of Dreams" é daquelas baladas de piano que Axl tanto adora, com clara influência de Elton John. É a mais pomposa e cafona do disco, rock de arena total. "If the World" já escancara os primeiros sinais de estafa do CD. A receita é indigesta: violão flamenco, beats eletros, melodia pop safada, peso sem impacto e um Axl afinado e redondinho demais. "There Was A Time" é outra melodia que divide opiniões. Os solos são ótimos e a pegada é boa, mas quando Axl entoa o refrão "Let’s Sing Together" coloca tudo ralo abaixo. "Catcher in the Rye" é outra balada com miolo dramático e repetição da velha fórmula. "Riad N’ the Bedouins" é um funk claustrofóbico futurista. Já "I.R.S." é rap metal, coisa que muita gente fez antes e melhor. Nessa altura do campeonato, Slash não passa de um eco do passado. "Prostitute", o encerramento, começa meio U2 e termina à la "Streets of Philadelphia", do Bruce Springsteen. Veredicto: Chinese Democracy pretende ser um bombardeio de informações sonoras, mas corre o risco de ser lembrado como um tardio e equivocado disco solo de um tiozinho de 46 anos de idade.

Bento Araújo