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Tempo de Revolução?

Formação clássica do RPM se reúne e lança raridades

Odair Braz Junior Publicado em 02/08/2007, às 10h31 - Atualizado em 31/08/2007, às 18h34

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Paulo Ricardo (o segundo, da esquerda para a direita): o passado em uma caixa - Rui Mendes
Paulo Ricardo (o segundo, da esquerda para a direita): o passado em uma caixa - Rui Mendes

O RPM vive. pelo menos foi o que duzentas e poucas pessoas viram em 9 de abril, quando os quatro integrantes originais se reuniram, de maneira low profile, no Tom Jazz (São Paulo), para uma seqüência de clássicos da banda.

A notícia é estranha se for levado em consideração que Paulo Ricardo quebrou o pau com Luiz Schiavon e Fernando Deluqui através dos jornais, há mais ou menos três anos. O grupo estava na ativa, após 12 anos, com a gravação de um CD ao vivo, mas voltou a rachar por diferenças musicais. O encontro que selou a paz não foi um show do RPM, mas sim uma participação na turnê de lançamento de Prisma, disco solo de Paulo Ricardo. Uma semana antes, Schiavon deu uma canja ao lado de Paulo e do baterista P.A. (que já toca com o cantor). Dias mais tarde, o guitarrista Deluqui apareceu para recompor a banda que moveu multidões nos anos 80.

"O que houve foi uma reaproximação que eu provoquei depois de muita reflexão e autocrítica e que tinha como objetivo retomar nosso relacionamento", conta Paulo. "Liguei para o Schiavon, nos encontramos e meio que retomamos de onde tínhamos parado. Parecia que nada tinha acontecido. Liguei para o Nando e foi a mesma coisa." O vocalista concorda que foi o culpado pela ruptura e afirma que as diferenças entre eles sempre foram musicais e não pessoais. "A minha ansiedade fez a coisa desandar", assume. A mea culpa também foi feita no Tom Jazz, quando ele pediu desculpas públicas a Deluqui e a Schiavon.

Se a reaproximação não significa um novo disco, pelo menos vai gerar uma caixa com os três primeiros CDs, um disco de raridades e um livro do fotógrafo Rui Mendes. O material sai em 13 de julho, e há a possibilidade de shows para a divulgação do box. Isso faz com que o grupo volte à ativa e coexista com as carreiras individuais de seus membros.

O cantor não alcançou boas vendas com o CD do PR.5 - sua banda pós-segunda separação do RPM - e vem fazendo shows em locais de pequeno/médio porte para divulgar Prisma. Mas rechaça a idéia de que um possível retorno da antiga banda tenha a ver com baixas vendagens: "Isso de sucesso e fracasso é relativo. Poucas vezes estive tão bem na minha carreira solo. Eu e o pessoal dessa geração fazemos música como opção, trabalho com isso há 22 anos e numa área que está em declínio", defende. "O lançamento é o marco zero. Se houver condições, vamos fazer shows e queremos produzir um disco de inéditas. Devemos isso pra gente mesmo e pros fãs."

Schiavon também acredita em shows e material inédito da banda, mas é cauteloso. "Isso [o fim do grupo] é a terceira vez que acontece com a gente. Agora estamos num momento legal, o Paulo assumiu que errou, pediu desculpas e isso é importante para a retomada." Ele acredita que a volta definitiva é possível, se respeitadas as individualidades. "Esse sempre foi um dos pontos da minha treta com o RPM. Ainda depende de fatores, mas caminhamos para voltar e com mais liberdade."

Enquanto a caixa não sai, Paulo Ricardo continua tocando as canções de Prisma e do RPM com P.A.. Schiavon toca na banda do Domingão do Faustão e Deluqui lança mais um disco solo. Agora é achar espaço para a revolução em grupo no lugar da individual.