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Exclusivo: Quarto Negro convida à imersão no segundo disco da carreira; ouça a íntegra de Amor Violento

Após “tempos duvidosos”, banda foi a Portland e gravou o sucessor do elogiado Desconocidos

Lucas Brêda Publicado em 28/04/2015, às 17h29 - Atualizado às 17h42

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Capa de <i>Amor Violento</i>, do Quarto Negro - Reprodução
Capa de <i>Amor Violento</i>, do Quarto Negro - Reprodução

Lucas Brêda

“Gostamos do tipo de coisa que te deixa envolvido, não de algo que você ouve e fica no mesmo estado de espírito de antes de escutar”, conta Eduardo Praça, integrante do agora duo Quarto Negro, que lança nesta terça, 28 – com exclusividade no Sobe o Som – o segundo álbum da carreira, Amor Violento, um convite à imersão.

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O sucessor do elogiado Desconocidos (2011) vem depois de longos – e tortuosos – três anos e meio. “Tivemos desde problemas de relacionamento até complicações burocráticas com a banda, de todo tipo”, recorda Praça. “E acho que a carreira de músico no Brasil é sempre ‘pisando em ovos’: passa uma certa insegurança, você repensa muito da sua vida.”

Segundo Praça, responsável por voz e guitarra na banda, “todas essas coisas acabam entrando no disco”. “Transparece e é verdadeiro. Nunca conseguiríamos fazer um disco que não fosse exatamente do jeito que nós estivéssemos nos sentindo. É difícil... Acho que toda banda que está no Brasil, com música autoral, sabe o quanto é difícil continuar e levar as coisas sem às vezes ter quase nenhum tipo de retorno para a sua vida pessoal.”

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Nas 11 faixas de Amor Violento, o Quarto Negro exibe um lado mais íntimo, reflexivo, ora mais arrastado, ora mais expressivo. Enquanto as guitarras de “Orlando” e “Espírito Vago” exaltam confiança e firmeza, “Mala Mujer” traz arranjos melancólicos, lentos e completamente permeados por uma atmosfera shoegaze.

As faixas de abertura – “Filhos Do Frio” – e encerramento – “Tua Fraqueza Depõe Calada” – exibem a presença substancial das teclas. “Já era algo que queríamos no Desconocidos, mas, na época, não tínhamos a oportunidade”, assume o guitarrista. “Não tivemos como pré-produzir, não tínhamos equipamento próprio. Finalmente conseguimos colocar esses efeitos, sintetizadores, camadas... Ficamos bem felizes com isso.”

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Ao contrário do trabalho anterior, em que o Quarto Negro compôs a maior parte das canções em estúdio, Praça e o companheiro Thiago Klein fizeram muito do trabalho separados. “Passamos por um amadurecimento musical, cada um teve momentos diferentes durante as composições.”

Com dois núcleos distintos, a dupla teve um “choque de influências e sentimentos bem diferentes”. “Teve música que a gente fez em clima bom, outras em clima ruim. E tem um pouco de cada sentimento em todas as canções do álbum.”

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Amor Violento foi gravado na cidade de Portland, no estado norte-americano de Oregon, em duas viagens feita pela banda em 2013, uma no inverno e outra no verão. O disco – produzido pela dupla Helio Sequence e com participação das bandas Menomena e The Thermals – ficou pronto na metade de 2014. E sai agora pela Balaclava Records (Single Parents, Câmera, Holger).

“Não sei”, confessa Praça sobre o motivo da demora para o lançamento. Em seguida, ele se explica: “Acho que tenho muito pavor de colocar as coisas na internet e lançar sem ter uma confiança anterior e saber que vai ser respeitado um ‘cronograma artístico’.

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“Geralmente, com todos os grupos que lançam um disco muito colado no outro, eu não consigo sentir que teve um amadurecimento, ou que a banda absorveu algo novo”, acrescenta. “Acaba soando um pouco repetitivo e isso é algo de que a gente tentou fugir.”

O vocalista e guitarrista do Quarto Negro ainda cita como referências – “nada muito semelhante” – “algo como Jorge Ben, John Lennon, Brian Eno, Aphrodite’s Child” e comemora a finalização do trabalho, após “tempos duvidosos”. “Não sabíamos se a banda iria continuar, quais eram os planos. Hoje sabemos que vamos lançar e já é uma vitória para nós.”

Conheça, portanto, o segundo disco do Quarto Negro, Amor Violento